Laudos elaborados por empresa alemã Tüv Süd, a pedido da Vale sobre a barragem da Mina do Córrego do Feijão, em Brumadinho, já mostravam diversas falhas de segurança no local.

Conforme aponta uma publicação do G1, o documento que foi feito em agosto de 2017, tem 265 páginas, com dezenas de fotos, gráficos e análises técnicas. Uma segunda inspeção aconteceu em julho do ano passado e rendeu cerca de 128 páginas.

Embora os dois laudos afirmem que há estabilidade da estrutura, o professor Edilson Pizzato, do Instituto de Geociência da USP teve acesso aos documentos e alerta:

“No próprio relatório foram indicados alguns problemas em relação a drenagem interna. São drenos horizontais profundos. São drenos que vão tirar a água de dentro do maciço. E é aquela água que satura o material, a água que é interna. E é justamente um dos fatores que pode levar à liquefação do material. O material está saturado. Então, se nesse tempo de três meses praticamente entre o relatório até o rompimento ocorreu problema na drenagem e acumulou água dentro do maciço como ele aponta drenagem interna, nível suspenso, etc. Isso poderia ter levado a ruptura. Por que? O estado de saturação estaria diferente do que ele apontou no relatório”.

Vale ressaltar que entre os problemas no sistema de drenagem interna estão tubos danificados, entupidos pela vegetação, e a formação de colóide, entupimento provocado pelo acúmulo de minério. Até o momento, a Vale não se pronunciou sobre os laudos.

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