Antes de nomear, em 2013, o mais emblemático dos recentes movimentos antiracista nos Estados Unidos, Black Lives Matter (vidas negras importam, em inglês) surgiu como um lembrete para as próprias comunidades negras norte-americanas.

“Vivíamos um período em que morte de jovens negros havia se tornado algo tão banal que era preciso sacudir as pessoas e lembrá-las: ‘Ei, nossas vidas importam!’. Por mais óbvio que isso seja”, conta Opal Tometi, 34, uma das três cofundadoras do movimento.

No Brasil, onde estudo já apontou que policiais matam 3 vezes mais negros em relação a brancos, estaríamos sofrendo do mesmo processo de naturalização dessas mortes, sugere Tometi.

Para ela, ao contrário do que se supõe, o presidente Donald Trump, ao se expressar de maneira abertamente racista, torna mais fácil o trabalho do movimento negro. “Ele é tão explícito que fica mais fácil para as pessoas entenderem do que se trata quando falamos de racismo”, diz.

Tometi acha que o governo Jair Bolsonaro (PSL) pode ter o mesmo efeito no Brasil. “Percebo que os movimentos sociais no Brasil estão mais fortes e experientes”, diz a ativista, que hoje atua na ONG Black Alliance for Just Immigration (aliança negra para a imigração justa, em inglês), em Nova York.

Tometi veio ao Brasil para conhecer movimentos negros da Bahia. De passagem por São Paulo, ela participou nesta quinta (25) da Marcha da Mulher Negra, na Praça da República. No sábado (27), dá conferência sobre o Black Lives Matter no Sesc Santana.

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