Temer foi alertado sobre paralisação geral a sete dias da greve Redação 26 de maio de 2018 Destaque, Política Uma das principais entidades representativas dos caminhoneiros enviou reivindicações e alertou o presidente Michel Temer sobre a iminência de uma greve de grandes proporções a sete dias do início dos bloqueios em estradas.Num ofício enviado ao presidente em 14 de maio, a Abcam (Associação Brasileira dos Caminhoneiros) avisou que, caso a categoria não tivesse o apoio do governo federal na redução de tributos e na mudança da política de reajustes da Petrobras, “uma paralisação geral” seria “inevitável”.“Imagine o Brasil ficar sem transporte por uma semana ou mais? Seria terrível para todos, mas parece que só dessa forma vocês vão voltar seus olhares para as nossas necessidades e reivindicações”, diz o documento, assinado pelo presidente da entidade, José da Fonseca Lopes.Ele não assinou o acordo proposto pelo governo na última quinta (24), dia em que a crise do diesel atingiu seu ápice e o Planalto, finalmente, cedeu, em parte, à categoria. “Isso não é uma ameaça, e sim um pensamento que aflora a cada momento na cabeça de cada transportador autônomo”, escreveu Lopes na carta a Temer.O ofício tem o protocolo da Presidência da República, mostrando que a entrega foi feita naquele mesmo 14 de maio, às 10h03. Procurado pela reportagem nesta sexta (25), o Planalto ainda não informou que providências tomou a partir do recebimento.Foi a segunda tentativa da associação de emplacar sua pauta. Em 5 de maio, representantes da entidade se reuniram na Casa Civil com a subchefe substituta da Subchefia de Articulação e Monitoramento, Viviane Esse; o subchefe adjunto de Política Econômica da Subchefia de Articulação e Monitoramento, Pedro Florêncio, e o subchefe adjunto de Infraestrutura da Subchefia de Articulação e Monitoramento, Demerval Junior. Deixaram o encontro insatisfeitos.Na ocasião, Lopes afirmou ser inaceitável o argumento do governo de que o aumento do diesel serve para manter o cumprimento da meta fiscal. “A gente sugeriu que a tributação seja feita, por exemplo, na renda fixa, já que esta não contribui para a recuperação da economia”, declarou, segundo comunicado divulgado pela Abcam.A carta a Temer teve um tom duro, culpando não só as medidas econômicas, mas a corrupção, pelas dificuldades dos caminhoneiros.“Já não suportamos a falta de conduta ética do governo federal, corrupção ativa e passiva, desleixos, prevaricações, improbidades administrativas e muitos outros procedimentos vergonhosos que o governo vem praticando sem se preocupar com as consequências”, criticou Lopes.Ele classificou a matriz econômica de Temer de “famigerada e louca”, e a culpou por jogar o Brasil num “buraco”.“Somos reféns de um governo que vive uma gastança sem fim, desperdícios, endividamentos, ralos bilionários de corrupção e regulações insanas, seu intervencionismo atrasado, sua aversão ao transporte brasileiro, sua incompetência criminosa e sua fome insaciável por poder”, protestou.A associação requereu a redução da carga tributária sobre o diesel a zero e a isenção da Cide. Também pediu a criação de um fundo de amparo ao transportador autônomo e a criação de um sistema de subsídio para a compra do diesel.O desabafo de seis páginas termina com um pedido de apoio imediato do governo, sob risco de uma revolta. “Mostraremos que nós, cidadãos, temos, sim, direito de escolha.” DEIXE UMA MENSAGEM Cancel ReplyYou must be logged in to post a comment.