O ex-deputado federal Jean Wyllys (PT) disse não ter “tempo para mau-caratismo” ao ser questionado sobre o Ministério Público do Rio Grande do Sul tê-lo denunciado pelo crime de injúria contra o governador do estado, Eduardo Leite (PSDB).

Em publicação no X (antigo Twitter), Wyllys afirmou que se preocupa com a “desoladora situação dos gaúchos afetados pelo ciclone”, que já deixou 47 mortos no estado.

O ex-parlamentar comentou que os cidadãos do estado poderiam ter sofrido menos com os impactos do episódio se “contassem com um governo que se importasse de verdade com os alertas emitidos por cientistas”, escreveu Wyllys, declarando prestar “solidariedade” aos gaúchos.

Na publicação, Wyllys também expôs um print de uma conversa no WhatsApp com o jornalista Giovani Gafforelli, da Rádio Guaíba, em que o profissional pede um posicionamento do ex-deputado sobre o caso.

O petista escreveu que não queria se pronunciar e afirmou que deixaria Leite usar essa “litigância de má-fe” (agir com o objetivo de causar dano a um processo).

A assessoria do governador Eduardo Leite disse que, “em princípio, ele não vai comentar” o caso.

“Deixe o governador usar essa litigância de má-fé para levantar cortina de fumaça, junto com o MP, para esconder a sua incompetência no que diz respeito à proteção dos gaúchos em relação à crise climática. (…) Eu, de minha parte, desejo o melhor para os gaúchos e acho que, no momento, eles precisam de todo apoio e solidariedade”, afirmou Wyllys.

Na peça, o MP diz que Wyllys injuriou Eduardo Leite “ofendendo-lhe a dignidade e o decoro, em razão de sua orientação sexual”.

De acordo com a promotora de Justiça Claudia Lenz Rosa, “ao dirigir sua crítica a atributos pessoais da vítima, relacionados à sua orientação sexual, quando poderia limitar-se a crítica do fato, objeto da inconformidade, o denunciado extrapolou a liberdade de expressão e atingiu deliberadamente e com animus injuriandi [intenção de injuriar], a honra subjetiva da vítima”.