O ministro Sérgio Moro determinou que a Polícia Federal apurasse a suspeita de que o nome do deputado Hélio Negão (PSL-RJ), próximo ao presidente Jair Bolsonaro, tenha sido incluído de forma irregular em um inquérito do Rio de Janeiro com objetivo de colocar o governo federal contra a superintendência da corporação no estado.

No mês passado, a superintendência do Rio esteve no centro de um conflito entre a PF e Bolsonaro. Na oportunidade, o presidente anunciou que substituiria o chefe do órgão, Ricardo Saadi, por problemas de produtividade.

Entretanto, no mesmo dia, o órgão divulgou uma nota afirmando que a substituição não tinha relação com a produtividade de Saadi, e anunciou que o posto seria assumido por Carlos Henrique Oliveira Sousa, de Pernambuco. No dia seguinte, Bolsonaro reagiu e afirmou que “quem manda sou eu”.

As declarações não caíram na PF. Houve até a ameaça de entrega de cargos. Então, Bolsonaro voltou atrás e disse que “tanto faz” quem seria escolhido. Entretanto, ameaçou trocar o diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo – indicado por Sergio Moro, com quem trabalhou por anos na Operação Lava Jato.

Na segunda-feira (9), o jornal “Folha de São Paulo” informou que o nome do deputado Hélio Negão, que constantemente aparece ao lado de Bolsonaro após a eleição, teria sido incluído em um inquérito que trata de uma pessoa que utiliza o mesmo apelido do parlamentar, e que já morreu.

Por conta da reportagem, Sergio Moro determinou que ao diretor-geral da PF em Exercício, Disney Rossetti, apurasse a suposta inclusão do nome de Hélio Negão “com o aparente intuito de manipular o Governo Federal contra a Superintendência da Polícia Federal no Rio de Janeiro, determino a imediata apuração dos fatos no âmbito administrativo e criminal, com a identificação dos responsáveis.”

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