Não foi apenas uma mobilização; o dia 30 de junho de 2017 em Salvador,  foi mais um dia de resistência e continuidade de uma luta que foi travada desde o dia em que a classe trabalhadora se viu ameaçada com a posse de um governo que representou o retrocesso para o país com o fimda CLT, as abusivas reformas da previdência e trabalhista, o esquartejamento da Petrobras, o aumento alarmante do desemprego e taxas de juros,  a morte da soberania nacional; entre outras manobras do governo ilegítimo, antinacional e antipopular.

Em Salvador, o dia nacional de mobilização foi marcado por protestos desde as primeiras horas do dia e mudou a rotina da capital baiana.

Quem saiu às ruas presenciou um dia atípico; agências bancárias não funcionaram, escolas estavam  fechadas, rodovias bloqueadas e serviços de saúde e transporte reduzidos durante todo o dia na capital e interior.

Os ônibus enfrentaram mais de 64 km de congestionamento, – segundo dados divulgados pela Transalvador –  por conta das mobilizações em pontos estratégicos da cidade.

Trabalhadores de categorias distintas  cruzaram os braços e integraram-se a mobilização nacional que possui como eixo central a saída do Michel Temer da presidência da República, Eleições Diretas e Nenhum Direito a Menos.

De acordo com o presidente cutista, Cedro Silva, a adesão dos trabalhadores baianos a greve geral é o reflexo de um governo que desmantelou o estado democrático de direito e retirou direitos historicamente conquistados. “A adesão dos trabalhadores na Bahia e no Brasil não foi surpresa. Um governo que tem menor popularidade histórica em mais de 28 anos, é o primeiro presidente da República em exercício denunciado pelo Ministério Público Federal e possui apenas 2% de popularidade… qual a surpresa? Já deveria ter renunciado, pelo menos, em respeito a soberania nacional. Ele não entrou pela porta da frente e nem sei se terá nem as portas dos fundos pra sair”, ironizou o líder sindical.

Questionado pela imprensa baiana sobre qual seria o principal fator do aumento dessa rejeição e adesão da população aos atos nacionais contra o governo, o presidente foi enfático: “No que diz respeito a adesão da população à greve geral, não é apenas a capacidade de conscientização dos sindicatos e movimentos sociais que prevalece. Aprendi na minha caminhada; dentro e fora do movimento sindical. que cabe aos prejudicados que prezam pela democracia e garantia dos seus direitos lutarem. E foi isso que presenciamos durante o dia de hoje, milhares de brasileiros que sentem – se prejudicados e não querem retroceder.”, explicou.

Ato cultural no Campo Grande

O Ato Cultural começou a partir das 15h, na Praça do Campo Grande  e reuniu cerca de 30  mil manifestantes.

Nem a possibilidade de chuva forte dispersou os manifestantes que seguiram em marcha no tradicional percurso no centro da cidade.

Trios elétricos, carros de som, bandas de percussão e manifestações artísticas – culturais deram o tom da tarde desta sexta-feira (30), do Campo Grande à Praça Castro Alves, em Salvador.

Lideranças políticas do cenário estadual e nacional participaram do ato e manifestaram-se a favor dos atos nacionais e das reivindicações que norteiam o movimento por todo o Brasil, principalmente, no que diz respeito a saída do presidente Michel Temer do poder. “Temer prevaricou, organizou quadrilha, mentiu. Já são mais de 15 pedidos de impeachment”, denunciou a deputada Alice Portugal ( PCdoB).

A senadora Lídice da Mata (PSB-BA), também esteve no ato, defendeu a iniciativa da greve geral e reafirmou apoio a mais um dos eixos da manifestação nacional: a reforma trabalhista. “É uma reforma imposta por um governo cada vez mais sem legitimidade em função da realidade política brasileira”, afirmou.

A senadora apresentou na última quarta-feira (28/06) seu voto em separado na Comissão de Constituição, Justiça e de Cidadania (CCJ) do Senado, pela inconstitucionalidade e rejeição integral do PLC 38/2017 da reforma trabalhista.

Além de secretários de estado, vereadores, representantes de partidos políticos e demais lideranças políticas e sindicais, a manifestação recebeu o apoio do governador Rui Costa, que foi representado pelo ex-governador da Bahia e atual secretário de Desenvolvimento Econômico, Jaques Wagner. “Nós queremos tirar Temer pelas ruas, não pelo artifício do Congresso Nacional. Queremos mesmo é antecipar as eleições de 2018. É isso que o país precisa. Por isso me incorporo a essa caminhada em nome do meu partido, o PT, em nome do meu governador e contra essa violenta ameaça aos direitos da classe trabalhadora”, afirmou o secretário.

Ao final do encontro o presidente da Central Única dos Trabalhadores da Bahia, Cedro Silva, destacou que o ato foi vitorioso não apenas pelo número de pessoas nas ruas da capital baiana mas, de acordo com o líder CUTista, foi um dia de aprendizado. “Mais um dia de luta e muito aprendizado. Que todos os que estiveram aqui sejam multiplicadores dessa mensagem: não teremos vitórias sem luta”, finalizou.

A próxima mobilização contra o governo Michel Temer organizado pela CUT Bahia, CTB, UGT, Força Sindical, Nova Central, Frente Brasil Popular e partidos políticos, já tem data marcada: Dois de Julho, próximo domingo (02), feriado da Independência da Bahia; momento em que será realizado um grande ato de protesto unificado das centrais sindicais, movimentos sociais e partidos políticos durante o histórico cortejo cívico do Dois de Julho.

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