Um comentário do presidente Jair Bolsonaro sobre os preços dos combustíveis feito nesse mesmo evento, em Brasília, levou a Petrobras a convocar a imprensa para um esclarecimento. A empresa afirmou que não há mudança na forma de reajustes.

No discurso pela manhã, o presidente Bolsonaro afirmou que havia se reunido com o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, para discutir formas de diminuir os preços dos combustíveis.
“Hoje estive com o ministro Bento conversando sobre a nossa Petrobras, o que que nós podemos fazer para melhorar ou diminuir o preço na ponta da linha. Alguém acha que eu não queria a gasolina a R$ 4? Ou menos? O dólar a R$ 4,50 ou menos? Não é maldade da nossa parte. É uma realidade. E tem um ditado que diz: nada não está tão ruim que não possa piorar. Nós não queremos isso, porque temos o coração aberto”, afirmou Bolsonaro.
À tarde, a Petrobras convocou uma entrevista coletiva, e logo no início o presidente da empresa, Joaquim Silva e Luna, deixou claro que nada muda: “E começo afirmando que não há nenhuma mudança na política de preços, na política da Petrobras”.
Na coletiva, a Petrobras tentou mostrar que não é a vilã dos preços dos combustíveis. A empresa disse que atualmente fica com, no máximo, R$ 2 do litro da gasolina – que, em alguns estados, passa de R$ 7.
Para chegar ao preço da bomba, há também custos com distribuição e revenda, os tributos federais e o imposto estadual. No caso do diesel, a Petrobras afirma que fica com um valor um pouco maior: R$ 2,49 por litro. No botijão de gás de 13 quilos, que em alguns estados já passou dos R$ 100, R$ 47 são da empresa.

Os diretores da Petrobras fizeram questão de dizer que a companhia está contribuindo com o país, como agora, na crise hídrica, garantindo o fornecimento de gás a termelétricas. Mas, eles também reforçaram que qualquer ação para reduzir os preços dos combustíveis – incluindo o gás de cozinha – não cabe à empresa e, sim, ao governo.

Em 2021, a Petrobras reajustou a gasolina nas refinarias em 51%; o diesel, 39%; e o gás de cozinha, 38%. Aumentos que seguiram a variação do câmbio e do preço internacional do petróleo.

A Petrobras confirmou nesta segunda (27) que está estudando novos reajustes porque, segundo a companhia, os preços já estão defasados. Adriano Pires, do Centro Brasileiro de Infraestrutura, lembra que o preço do barril de petróleo já está perto dos US$ 80.

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