Na noite de quinta-feira (16), durante o 16º Congresso do PC do B em Brasília, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que “o povo venezuelano é dono do seu destino” e que presidentes de outros países não devem interferir nas questões internas da Venezuela. Essa declaração surge em meio à crescente tensão entre o governo dos Estados Unidos, sob Donald Trump, e a Venezuela.

Lula, ao lado da presidente do PC do B, Luciana Santos, criticou a narrativa da direita brasileira que associa a esquerda ao apoio ao aborto e à criminalidade, enfatizando que “o Brasil nunca vai ser a Venezuela”. Ele ressaltou que cada país deve seguir seu próprio caminho, sem comparações ou intervenções externas.

O presidente também relembrou que, entre 2002 e 2010, durante seu primeiro mandato, a América do Sul viveu um período de prosperidade política e social, destacando a convivência com líderes de esquerda, como Hugo Chávez.

As declarações de Lula ocorrem em um contexto de crescente tensão internacional, com o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, se reunindo com o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio. Recentemente, Trump autorizou a CIA a realizar operações secretas na Venezuela, o que gerou reações críticas de Maduro e pedidos de proteção da soberania venezuelana ao Conselho de Segurança da ONU.

No evento, Lula também falou sobre o crescimento da extrema direita no mundo e a dificuldade de comunicação dos setores progressistas. Ele foi acompanhado por diversos ministros e líderes de partidos de esquerda, reforçando a aliança para as eleições de 2026.

Luciana Santos repudiou as ingerências dos EUA e alertou para um clima de guerra na região, destacando que a América Latina não deve ser tratada como propriedade de nenhum país.

A declaração de Lula reafirma o compromisso do Brasil com a soberania dos países da América Latina em um momento de crescente polarização política.