A ex-ministra do Superior Tribunal de Justiça, Eliana Calmon, afirmou que pediu a desfiliação da Rede Sustentabilidade, na tarde desta quinta-feira (11), e criticou a ex-senadora e presidente nacional da legenda Marina Silva. A baiana revelou que tomou a decisão após declarar apoio ao presidenciável Jair Bolsonaro (PSL). “Não declarei que vou votar [em Bolsonaro]. Declarei que estou assumindo a responsabilidade de estar engajada na campanha do candidato Bolsonaro. O meu voto é o meu voto”, disse, em entrevista ao programa Se Liga Bocão, da rádio Itapoan FM.

Candidata derrotada na campanha ao Senado pelo PSB, em 2014, Eliana afirmou que se sentiu na obrigação de manifestar qual seria o seu posicionamento. “Como eu sempre falo e esclareço a população, falo o que penso, fui candidata com muitos votos, com pouco dinheiro e estrutura, isso me fez querer dar a minha mensagem sobre o que eu penso nesse momento importante para a nação”.

Ela detalhou porque decidiu sair da Rede. “O meu processo de desfiliação foi conduzido agora de tarde, porque a Rede tomou o posicionamento de não aceitar que os seus militantes estivessem ao lado do candidato Bolsonaro. Ontem a tarde recebi o telefonema do presidente do PSL e posteriormente conversei com o candidato Bolsonaro. Tomei o posicionamento de seguir a linha do candidato”, explicou.

“Em seguida, liguei para a Rede e fiquei aguardando qual era o posicionamento. […] Quando desci do avião e abri os jornais, vi qual era o posicionamento da Rede. Eles não admitem que haja o apoio ao candidato Bolsonaro. Eu, imediatamente liguei para o secretário-geral do partido e disse qual era a minha posição. Estranhei a posição de Marina [Silva], porque ela sempre se mostrou como uma pessoa que aceita as divergências de ideias”, completou.

Calmon lamentou a posição do partido, classificada por ela como sendo “radical”. “Não me interessa fazer parte de um partido que radicalizou a sua posição”, disparou.

Semelhanças com Bolsonaro

Eliana Calmon afirmou ainda que defende bandeiras semelhantes as expostas no plano de governo do postulante do PSL.  “Em primeiro lugar, o que eu verifiquei é que ele mantém a estrutura do Poder Judiciário. […] Fortalecer as instituições que fiscalizam o Poder Judiciário para combater a corrupção. A segunda bandeira é em relação aos direitos da mulher, como por exemplo uma legislação que favoreça a mulher a ter espaço nos partidos políticos. É uma vergonha que o Brasil, com a extensão e diversidade que tem, ter o mínimo de representação feminina no Congresso Nacional”.

Ela detalha como foi a conversa por telefone que manteve com Bolsonaro. “Disse que o apoiava se ele encontrasse condições de cumprir essas bandeiras. Comparei os projetos dele com os projetos do candidato [Fernando] Haddad e cheguei à conclusão que as minhas ideias se identificam mais no projeto do candidato Bolsonaro”.

A jurista afirma que a rejeição ao Partido dos Trabalhadores é o principal fator que promove o crescimento do deputado federal. “Entendo que é o anti-petismo, porque o candidato Bolsonaro ainda não é conhecido do povo brasileiro. Ele teve uma atuação no Congresso Nacional onde ele não teve muita visibilidade, porque ele foi boicotado o tempo todo. E o boicote feito a Bolsonaro é por um procedimento contra aquilo que o povo está repudiando, como o toma-lá-dá-cá. […] Esse crescimento de Bolsonaro é o povo brasileiro dizendo ‘eu quero o diferente'”.

“Haverá um encontro onde nós vamos firmar ainda mais esses posicionamentos que são as minhas bandeiras, deixando claro ao candidato ao candidato que não pretendo cargos. […] Não quero participar de governo”, finalizou.

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