Na última quarta-feira (9), o Conselho Acadêmico de Ensino (CAE) da Universidade Federal da Bahia (UFBA) anunciou uma medida controversa: a exclusão do curso de Medicina do programa de transferência do Bacharelado Interdisciplinar de Saúde (BI) por um período de três anos. Essa decisão, que entraria em vigor no próximo ano, impede tanto novos quanto antigos estudantes do BI de ingressarem na Medicina por meio de transferência interna. A única forma de acesso ao curso será através da aprovação no Sistema de Seleção Unificada (SISU).

Em uma nota oficial, o Instituto de Humanidades, Artes & Ciências (IHAC) da UFBA manifestou seu repúdio à decisão, afirmando que a medida desconsidera a consulta realizada à Procuradoria Federal, que questionou se caberia ao CAE legislar sobre a exclusão de um curso do processo BI-CPL.

O IHAC informou que pretende recorrer da decisão, buscando ampliar o debate e encontrar alternativas que minimizem os impactos dos processos judiciais sobre o curso de Medicina, sem comprometer o projeto dos Bacharelados Interdisciplinares. “Para nós do IHAC, essa é uma medida equivocada que afeta o projeto do regime de ciclos e dos bacharelados interdisciplinares como um todo”, destacou o órgão em sua declaração.

Nas redes sociais, a reação dos estudantes foi intensa. Muitos se manifestaram contra a retirada da Medicina do programa. Uma estudante enfatizou: “Os BIs são uma grande porta de entrada para a universidade, sobretudo para estudantes oriundos de colégios públicos, pretos e periféricos. Não entender a importância dessa modalidade reforça o retrocesso e a exclusão no acesso à educação de qualidade.”

Outra discente expressou sua indignação: “Isso é um absurdo gigante! Retrocesso absurdo!”

A polêmica continua a mobilizar a comunidade acadêmica e gera debates sobre o futuro das oportunidades educacionais na UFBA.