A tensão crescente entre Rússia e Ucrânia tem marcado a cobertura da imprensa nacional e internacional nas últimas semanas. No fim da noite desta quarta-feira (23), o presidente russo, Vladmir Putin anunciou uma operação militar na Ucrânia para defender os separatistas no leste do país.

“Tomei a decisão por uma operação militar”, declarou Putin em uma mensagem televisionada inesperada pouco antes das 03:00 GMT (meia-noite de Brasília). Na mensagem, o mandatário russo pediu aos militares ucranianos que “deponham as armas”.

Mais cedo, a Ucrânia declarou estado de exceção e mobilizou os reservistas para o risco de o presidente russo, Vladimir Putin, que desafia as sanções ocidentais, ordenar uma invasão ao país.

Nesse contexto de tensão, o vice-primeiro-ministro ucraniano, Mykailo Fyodorov, informou que o país estava sofrendo um novo ataque cibernético em massa contra seus sites oficiais.

Também nesta quarta, a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, afirmou que o presidente dos EUA, Joe Biden, não deve mandar tropas para lutar na Ucrânia contra a Rússia. “Não iremos em uma guerra com a Rússia, em nenhum cenário”, destacou em coletiva de imprensa.

De acordo com ela, o país vai escolher seguir o caminho das sanções. “Biden fará o necessário para reduzir o impacto das sanções nos custos de energia”, destacou. Segundo ela, o presidente pode considerar liberar reservas de petróleo.

Por que a Rússia poderia invadir a Ucrânia?

A Rússia quer estabelecer uma nova lógica de segurança na região que retire a ameaça de forças da Otan (aliança militar ocidental) perto de suas fronteiras, com uma eventual entrada dos ucranianos no clube de 30 países.

Ela o fez no escopo da crise que vem desde 2014, quando anexou a Crimeia justamente para evitar a absorção de Kiev no arcabouço ocidental ao ver um governo aliado de Vladimir Putin derrubado. Também ajudou rebeldes separatistas pró-Rússia no leste do país, cuja autonomia está no centro da disputa.

“Houve sinais positivos de que a solução para a Ucrânia só pode ser baseada nos Acordos de Minsk. Kiev deveria ter feito isso há muito tempo, assim há sinais positivos e outros, nem tanto”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, na manhã dessa quarta (9).

Ele se referia à defesa dos acordos, que estabeleceram um cessar-fogo precário mas nunca foram totalmente aceitos pela Ucrânia por ceder controle local aos rebeldes, feita pelo presidente francês Emmanuel Macron, na véspera.

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