A jovem Txai Suruí, 24 anos, ativista indígena brasileira que discursou na COP26, em Glasgow, na Escócia, contou em entrevista ao UOL que foi ameaçada por brasileiros por seu posicionamento no púlpito do evento mundial.

Fundadora e coordenadora do movimento da Juventude Indígena de Rondônia, condenou em seu discurso o avanço do extrativismo em terras indígenas na Amazônia e cobrou atitudes urgentes para frear as mudanças climáticas. Falando da relação de aprendizado com o seu pai, Txai ressaltou a importância em viver em harmonia com a natureza.

“Depois do meu discurso, fui dar algumas entrevistas, muitas pessoas queriam falar comigo, e uma parte brasileira ficou me intimidando. Ele chegou depois em um momento e falou ‘não fala mal do Brasil, porque a gente está aqui para ajudar’. Me senti muito intimidada e não foi muito legal”, contou Txai, que só conseguiu identificar a nacionalidade pela credencial.

A jovem liderança indígena, do povo Paiter Suruí, também lamentou a ausência de membros do alto escalão do governo bolsonaro.

“O Brasil, que é um dos países que sempre tiveram no centro dessa discussão, sempre um dos países mais importantes, não tem os seus representantes aqui, do governo”, lamentou.

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