A revista Veja, em reportagem conjunta com o site The Intercept, mostra na edição desta sexta-feira (5), que então juiz e atual ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, foi pessoalmente contra uma eventual delação do ex-deputado e ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (MDB-RJ).

Moro, enquanto juiz, era o repsonsável pelos julgamentos da Operaçao Lava Jato em primeira instância. Nas conversas, o ex-magistrado questionou o procurador do Ministério Público Federal (MPF) Deltan Dallagnol sobre os rumores de uma colaboração do emedebista.

No dia 12 de junho de 2017, Ronaldo Queiroz, procurador da força-tarefa da Lava-Jato na PGR, criou um grupo no Telegram com Dallagnol para avisar que foi procurado pelo advogado de Cunha para iniciar uma negociação de delação premiada.

A reportagem traz a informação de que Queiroz afirma que as revelações poderiam ser de interesse dos procuradores de Curitiba, Rio de Janeiro e Natal, onde corriam ações relacionadas ao político. Um mês depois, após “rumores de delação”, Moro repreendeu o procurador. “Espero que não procedam”, diz o então juiz.

Dallagnol trata de tranquilizar Moro, e afirma que tudo não passa de rumores. Na mensagem, o procurador confirma ao juiz que está programado apenas um encontro com o advogado para que os procuradores tomem conhecimento dos anexos. “Acontecerá na próxima terça. estaremos presentes e acompanharemos tudo. Sempre que quiser, vou te colocando a par”, afirma o membro da força-tarefa da Lava Jato.

Moro responde: “Agradeço se me manter (sic) informado. Sou contra, como sabe”, disse o atual ministro, sem tomar o conhecimento do conteúdo da delação.

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