Em apenas uma semana, 175 mulheres prestaram queixas em duas delegacias de Salvador para denunciar um tipo de crime: agressão. Os registros foram feitos na Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam) de Brotas – 108 – e na Deam de Periperi – 67 – e apontam para uma média assustadora:  já são  25 casos  por dia em 2019.

De acordo com informações da Polícia Civil da Bahia, cerca de 70% das denúncias são encaminhadas à Justiça – ou seja, viraram processo. Entre as denúncias feitas este ano, pelo menos duas foram contra o DJ João René Espinheira Moreira, 33 anos, conhecido em Salvador como DJ John Oliver. Ele foi apontado por duas vítimas como o autor de agressões ocorridas entre o dia 30 de dezembro de 2018 e 5 de janeiro deste ano.

Primeiro, a ex-namorada Juliana Galindo, 26 anos, o denunciou no sábado. Ela foi agredida com murros, chutes e estrangulamento após uma conversa na casa dela, depois de o relacionamento dos dois chegar ao fim. Após as agressões, Juliana não teve dúvidas: “Foi uma tentativa de homicídio”, disse ao CORREIO.

A denúncia dela acabou encorajando uma estudante de 22 anos, que se identificou como Lívia, a denunciar o DJ, nesta segunda-feira (7), por violência sexual ocorrida no dia 30 de dezembro do ano passado. O DJ já responde a quatro processos por agressões a mulheres, mas nega. Segundo ele, Juliana o agrediu.

Segundo a promotora de Justiça Márcia Teixeira, coordenadora do Centro de Apoio Operacional dos Direitos Humanos do Ministério Público da Bahia (MP-BA), o problema é que a vítima costuma não acreditar que aquela agressão poderá se repetir.Aí vem a segunda briga e mais cicatrizes. E, assim, segundo a promotora, “a maioria dos feminicídios envolve mulheres que nunca prestaram queixa dos agressores”, disse.

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