Um ato político por ocasião do Dia do Trabalhador, celebrado nesta terça-feira (1º), reuniu centenas de pessoas no Farol da Barra, em Salvador. Convocado pelas centrais sindicais, o evento foi marcado por discursos em defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), contra as reformas implementadas pelo governo Temer (MDB) e pedidos de celeridade na investigação do assassinato da vereadora  Marielle Franco (PSOL), morta a tiros em 14 de março, no Rio de Janeiro.

Além de abraçarem a bandeira “Lula Livre”, as lideranças pautaram suas falas na narrativa do chamado “Golpe de 2016”, termo cunhado em razão do impeachment da presidente Dilma Rousseff —destituída do cargo em agosto daquele ano.

“É um 1º de Maio muito importante para a classe trabalhadora brasileira, que foi vitimada por um golpe jurídico-parlamentar e que também teve todos os seus direitos e conquistas varridos do mapa. É hora de fazer uma grande reflexão sobre qual é o país que a gente quer daqui pra frente. E esse 1º de Maio vai cumprir essa função. É isso que a gente quer: conversar com a classe trabalhadora acerca de todos esses problemas para tirar o país dessa crise”,  afirmou Cedro Silva, presidente da Central Única dos Trabalhadores na Bahia (CUT-BA).

Para Emerson Gomes, presidente da Força Sindical na Bahia, o atual contexto do país exige reflexão. “A classe trabalhadora no Brasil tem sofrido um atentado aos seus direitos, principalmente com a implantação da nova Reforma Trabalhista. Nós temos buscado, com a unidade da classe trabalhadora, das centrais sindicais, que podem pensar cada uma de sua forma, algo em comum, que é a defesa dos trabalhadores. Ou seja, estamos aqui hoje para dizer que não aceitamos a retirada de direitos, que não aceitamos um país antidemocrático e a gente quer Lula Livre e ‘Marielle vive’, pelas suas ideias e pelos seus princípios “, ressaltou Gomes.

Em um palco onde também houve apresentações musicais, a deputada federal Alice Portugal (PCdoB) classificou o 1º de Maio como uma data que o trabalhador do mundo inteiro adotou para “dizer que não aceita a exploração capitalista”.

Organizadores estimaram que no local havia um público de aproximadamente 5 mil pessoas. A Polícia Militar, por sua vez, não fez estatística.

DESTINATÁRIO: LULA

Em meio a bandeiras vermelhas, camisetas, faixas e cartazes estampando os rostos de Marielle e Lula, um estande montado no gramado em frente ao Farol se propôs a fazer a ponte entre a capital baiana e Curitiba (PR), onde o ex-presidente está preso, desde o dia 7 de abril, em uma sala especial na Superintendência da Polícia Federal.

Ali, representantes do PT baiano disponibilizaram caneta e papel para quem quisesse escrever cartas endereçadas a Lula, como fez o analista de sistemas Samuel Marinho de Oliveira, 28.

“Falo sobre toda a minha admiração e respeito pelo presidente. Informo a ele que nós reconhecemos que isso é um golpe implantado por toda a direita brasileira, que deseja vender o país para o estrangeiro. Digo que ele precisa confiar e ter fé para que a justiça seja feita e, em breve, ele possa ser liberto e se tornar novamente o nosso presidente”, detalhou.

Segundo voluntários, cerca de 1,3 milhão de cartas sairão da Bahia com destino à capital paranaense.

DEIXE UMA MENSAGEM