O governador Rui Costa (PT) apresentou, nesta terça-feira, 19, o balanço da execução de projetos do exercício de 2017 e anunciou outros, prometidos para 2018, ano em que concorre à reeleição ao governo. Ele criticou o governo federal, que estaria devendo ao estado R$ 150 milhões em repasses para obras estruturantes. Rui também fez um apelo para que os novos congressistas eleitos no pleito de 2018 promovam mudanças estruturais como a reforma da Lei de Execuções Penais e Lei Criminal como forma de minimizar a violência na sociedade brasileira.

Embora tenha evitado falar sobre política, em conversa com jornalistas logo após solenidade, Rui disse que, no cenário nacional, o PT pode até mesmo vir a apoiar um candidato de outro partido, no caso de o presidente Lula estar impedido legalmente pela Justiça de disputar as eleições.

Confira abaixo alguns pontos citados pelo governador durante o balanço 2017:

Segurança pública

O governador disse que espera que o processo eleitoral garanta um Congresso melhor, a retomada do crescimento do país e a retomada da confiança. E que o congresso faça mudanças estruturais sobretudo nas leis de Execução Penal e Lei Criminal. Ele defendeu punição mais rígida a quem pratica homicídios e criticou a Justiça.

“Nós não vamos sair desta situação de desastre na segurança pública que o país vive, com 60, 70 mil homicídios oficias enquanto tiver essa legislação que a pessoa pode matar o pai, a mãe, a tia e avó e a pena, com dois ou três anos está em liberdade (…). Hoje você prende uma pessoa com sangue na mão, com arma na mão, a pessoa já tem cinco ou seis passagens na polícia, já responde por três, quatro, seis homicídios. E o juiz está liberando em uma audiência de custódia em menos de 24 horas e pessoa sai dando tchauzinho para o policial, dizendo até logo”.

O governador disse que não dá para ter tanta “liberalidade” na punição de homicidas: “As pessoas precisam saber que se tirar a vida de alguém vai ficar x anos no xilindró. Acho que isso precisa mudar, é um clamor da sociedade eu me somo a esse clamor como cidadão não só como governador. Torço para que o Congresso faça mudanças estruturais pelo bem da sociedade”.

Reajuste a servidores

O governador evitou falar em reajuste linear aos servidores. “Eu tenho que fazer contas. O que der para fazer eu vou fazer. Um reajuste linear hoje que pegue o índice da inflação, estamos falando de R$ 1 bilhão. Se eu não fizer nada, nada no ano que vem, nada para funcionalismo, minha folha sobe R$ 200 milhões. O salário está congelado pra quem, cara pálida? Dois anos, 2016 e 2017 o gastos de pessoal subiu R$ 400 milhões só nestes dois itens: progressões e promoções automática e anuênio”.

Obras para 2018

O governador disse que em 2018 as obras do tramo 3 do metrô serão iniciadas. Citou ainda outros projetos: obra da Ferrovia Oeste-Leste (Fiol) e do Porto Sul que devem ser licitados em maio. “Já tem consórcio de seis empresas internacionais formado para disputar a ferrovia. Então, em 2018, devemos ter a retomada da ferrovia e o início da construção do Porto Sul”.

Rui promete, ainda, inauguração do aeroporto do município de Vitória da Conquista e estradas. “E tem a possibilidade deste grande projeto, que é o projeto da ponte (Salvador-Itaparica), conseguir se materializar com duas ou três empresas participando da licitação.

Consórcio Metrosal

Rui disse que o episódio da Camargo Corrêa e o metrô de Salvador nada tem a ver com o episódio do metrô licitado em 2013, já no governo petista na Bahia. “A Camargo em momento nenhum participou da licitação nem da obra do “metrô 2″, digamos assim, em momento nenhum, nem da licitação, nem da obra. A Camargo participou da obra na gestão do município de Salvador, que foi até 2012”.

O governador disse, ainda, que as empresas e quem estava na gestão à época é que tem que explicar “o que todo mundo sempre suspeitava que que vinha dinheiro sempre e nunca dava para fazer”.

“O que era plano virou um tobogã no Bonocô. Ou seja, as mudanças foram feitas de forma inexplicável e tudo isso elevou o custo do metrô, o que foi inviabilizando, paralisando obras por sucessivos processos no TCU pelas mudanças técnicas que elevaram o custo das obras sem explicação que justificasse”.

Eleições

Rui disse que caso o ex-presidente Lula seja impedido legalmente pela Justiça de disputar as eleições à presidência ano que vem, o PT pode apoiar candidato de outro partido. “Não necessariamente uma escolha… deve escolher alguém do PT. Pode não ser do PT. Todo mundo só fica pensando no nome do PT. Se ele [Lula] não puder ser candidato, o PT e o Lula podem escolher eventualmente um nome de outro partido”.

A resposta foi dada ao ser indagado, em entrevista logo após balanço da gestão do exercício de 2017, sobre o possível impedimento de Lula e possibilidade de ascensão do nome ex-governador Jaques Wagner. O governador, contudo, não citou o nome do companheiro petista na resposta, e disse que torce para que Lula seja candidato. “Acho que haverá grande frustração no Brasil se ele (Lula) não for candidato”.

A declaração do governador ganha força uma vez que Lula será julgado em janeiro e pode vir a ficar impedido de concorrer ao pleito do ano que vem. Entre os nomes aventados dentro do partido estão Fernando Haddad e Jaques Wagner.

DEIXE UMA MENSAGEM