A ex-presidente Dilma Rousseff voltou a criticar o Congresso brasileiro e o governo do presidente Michel Temer, que nessa quarta-feira (2) conseguiu barrar a denúncia de corrupção passiva da qual era alvo, de autoria da Procuradoria-Geral da República.

Segundo ela, desde o segundo governo Lula, a extrema direita conseguiu alcançar uma hegemonia baseada na compra de deputados por meio de emendas, o que pode ter garantido a vitória de Temer no plenário da Câmara.

“Essa hegemonia de extrema direita foi construída por um senhor chamado Eduardo Cunha, que hoje cumpre pena lá em Curitiba. O que significa isso? Significa que ele criou o método. Qual é o método? Compra de deputados. E como é que se dá a compra? A compra se dá através de métodos institucionais. Você vende emendas, você dá vantagens pro deputado. Era essa a prática que ele instituiu. Uma prática com a qual nós tínhamos extrema dificuldade, porque a gente não cumpria esse modelo”.

Em entrevista divulgada na última terça-feira (1º), ao jornalista Fernando Moraes, e publicada no blog Nocaute, ela disse acreditar que essa prática foi determinante para a votação em massa a favor do seu impeachment.

Sobre o ex-deputado Eduardo Cunha, preso desde o ano passado, durante a operação Lava Jato, Dilma afirmou que, hoje, ele continua sendo “o grande fiador do governo Temer”.

“Essa é a verdade. Talvez o senador Renan Calheiros tenha falado mais claramente isso, ao dizer que este governo é dirigido de Curitiba por um preso chamado Eduardo Cunha. E isso é importante para se saber o que aconteceu politicamente no Brasil. Isso é o que chamam de governabilidade”, afirmou a ex-presidente.

Questionada se será candidata a algum cargo político nas próximas eleições, Dilma negou. Ainda não. Eu nunca achei que a minha participação política decorresse do fato de eu ser candidata a alguma coisa. Eu posso vir a ser candidata, caso interesse a qualquer processo de transformação do Brasil. Mas hoje não é a minha pauta. Não estou nessa pauta”, pontuou.

DEIXE UMA MENSAGEM