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A conta do ministro Alexandre de Moraes, integrante do Supremo Tribunal Federal (STF), apareceu desativada na manhã desta sexta-feira (21). O ministro tem se destacado por suas decisões rigorosas contra a plataforma, agora chamada X, do empresário Elon Musk.

Até o momento, o STF não se manifestou sobre a exclusão da conta de Moraes e as possíveis razões que levaram a essa situação. Na última quarta-feira (19), o ministro determinou que a X realizasse, de forma imediata, o pagamento de R$ 8,1 milhões aos cofres públicos, referente a uma multa imposta à plataforma no ano anterior.

Essa ordem foi emitida nos autos de um inquérito que investiga o blogueiro bolsonarista Allan dos Santos, instaurado a pedido da jornalista Juliana Dal Piva, autora do livro “O Negócio do Jair: a história proibida do clã Bolsonaro” (editora Zahar).

Moraes destacou que no dia 12 deste mês, os advogados da empresa no Brasil informaram não ter poderes para receber intimação relacionada ao Rumble, uma vez que não eram representantes legais. Posteriormente, em 17 de fevereiro, renunciaram ao mandato judicial. O ministro ressaltou que a legislação brasileira exige que empresas estrangeiras que operam no Brasil tenham representantes em território nacional, e deu um prazo de 48 horas para que o Rumble regularizasse essa situação, sob pena de suspensão imediata das atividades no país.

Na quinta-feira (20), Chris Pavlovski, CEO do Rumble, fez uma publicação informando ter recebido uma nova determinação de Moraes, mas não revelou seu conteúdo. Em sua mensagem, Pavlovski afirmou: “Oi @alexandre. Recebemos mais uma ordem ilegal e sigilosa na noite passada [quarta-feira, 19], exigindo nosso cumprimento até amanhã à noite. Você não tem autoridade sobre o Rumble aqui nos EUA, a menos que passe pelo governo dos Estados Unidos. Repito — nos vemos no tribunal.”

Uma reportagem da Folha de S.Paulo revelou que o Rumble e a empresa de mídia do ex-presidente dos EUA Donald Trump entraram com uma ação conjunta contra Moraes em um tribunal federal americano. As plataformas alegam que as recentes ordens do ministro para que o Rumble feche a conta de Allan dos Santos e forneça seus dados de usuário violam a soberania dos Estados Unidos, além da Constituição americana e das leis do país. Essas ordens foram emitidas de forma sigilosa e proíbem o Rumble de divulgar seu conteúdo.

Na quarta-feira (19), Pavlovski reiterou nas redes sociais que o Rumble não cumprirá as “ordens ilegais” de Moraes. A plataforma, popular entre influenciadores da direita, anunciou seu retorno ao Brasil no início deste mês, logo após Moraes revogar a suspensão das contas em redes sociais do influenciador Monark, que havia sido bloqueado em várias plataformas.