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BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) fez um chamado nesta sexta-feira (6) para que seus apoiadores acompanhem seu depoimento ao STF (Supremo Tribunal Federal), que será transmitido ao vivo na próxima semana. Durante sua fala, ele garantiu que não irá “lacrar”, mas sim contar a verdade.

Bolsonaro é réu acusado de liderar uma trama golpista e vai depor para a Primeira Turma da corte. Ele, que frequentemente busca espaço nas redes de televisão, expressou gratidão a Deus pela “oportunidade” da transmissão do julgamento.

A declaração foi feita durante o Encontro Nacional de Mandatárias do PL, em Brasília. Ao ser recebido por uma plateia majoritariamente feminina com gritos de “mito”, o ex-presidente não conteve a emoção.

“O que aconteceu em 2022 com toda certeza será falado por mim, quando estiver ao vivo no Supremo com cinco ministros na minha frente me cobrando. Vale a pena assistir”, afirmou. Bolsonaro mencionou que sua “inquisição”, como se referiu ao depoimento, ocorrerá na terça ou na quarta-feira e prometeu não “lacrar”.

“Não vou lá para lacrar, querer crescer ou desafiar quem quer que seja. Estarei lá com a verdade do nosso lado. Creio que, se Deus quiser, mostraremos para vocês o que é o Brasil e para onde poderemos ir com o povo ao nosso lado”, completou.

Durante sua presidência, Bolsonaro acumulou uma série de declarações golpistas e provocou crises entre os Poderes, colocando em dúvida a realização das eleições de 2022. Ele ameaçou não cumprir decisões do STF e incentivou uma campanha para desacreditar o sistema eleitoral do país.

Após sua derrota para Lula, incentivou a criação e manutenção dos acampamentos golpistas que se espalharam pelo Brasil, culminando nos ataques de 8 de Janeiro. Nesse período, ele manteve seus apoiadores esperançosos quanto à permanência no poder e admitiu publicamente ter se reunido com militares e assessores próximos para discutir intervenções no TSE visando anular as eleições.

Saudosista da ditadura militar (1964-1985) e de seus métodos antidemocráticos, o ex-presidente já foi condenado pelo TSE por ataques ao sistema eleitoral e é réu no STF sob a acusação de ter liderado a trama golpista de 2022. Atualmente, está inelegível até pelo menos 2030.

Caso seja condenado pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio público e deterioração do patrimônio tombado, a pena pode ultrapassar 40 anos de prisão.