Em delação, Léo Pinheiro diz que pagou propina ao líder do governo Bolsonaro no Senado Redação 30 de setembro de 2019 Destaque, Notícias, Política, ÚLTIMAS NOTÍCIAS O ex-presidente da empreiteira OAS, Léo Pinheiro afirmou, em delação premiada recentemente homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que o líder do governo Bolsonaro no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), teria recebido propina da empresa, em troca de liberação de recursos do extinto Ministério da Integração Nacional e também por obras do governo de Pernambuco.De acordo com reportagem do jornal O Globo, Léo Pinheiro relata que o valor repassado a Bezerra correspondia a 2% do valor das obras.Bezerra foi alvo de operação da Polícia Federal (PF) no último dia 19, autorizada pelo ministro do Supremo Luís Roberto Barroso. Ele é suspeito de receber propina durante sua gestão como ministro da Integração, no governo da ex-presidente Dilma Rousseff.Ainda inéditas, as declarações de Léo Pinheiro devem servir para complementar investigações da PF. A delação foi homologada no início do mês pelo ministro Edson Fachin. Por meio de nota, a defesa do senador informou que não teve acesso ao teor da delação e que a palavra de Léo Pinheiro, “isoladamente”, não permite sequer o recebimento de denúncia.O ex-presidente da OAS diz que participou de um jantar com Bezerra, no início de 2008, organizado por um lobista de Pernambuco, para que fosse apresentado ao seu operador financeiro, o publicitário André Gustavo Vieira.À época, Bezerra era secretário de Desenvolvimento Econômico do governo de Pernambuco, comandado então por Eduardo Campos (PSB), que morreu em 2014 em um acidente de avião.Nesse jantar, ficou estabelecido que a interlocução com Bezerra, inclusive para pagamento de propina, seria feita através de André Gustavo.A OAS teve, nesse período, diversos contratos de obras no Porto de Suape, em Pernambuco, como a construção de um píer petroleiro e a duplicação de uma rodovia.Léo Pinheiro relatou que esses contratos renderam pagamentos de propina a integrantes do governo de Pernambuco. Do valor das obras, segundo o ex-presidente da OAS, um percentual de 2% foi repassado a Bezerra em forma de propina, por meio de André Gustavo.Ainda sobre o governo de Pernambuco, o ex-presidente da OAS afirma que Bezerra indicou duas empresas para firmarem contratos fictícios, a fim de que a empreiteira fizesse repasses, por meio de caixa dois, à campanha de Eduardo Campos, em 2010.Léo Pinheiro afirma que foi o próprio Fernando Bezerra quem o orientou a retirar R$ 6 milhões do orçamento da obra da Refinaria Abreu e Lima, da Petrobras, para direcionar os recursos à campanha de Campos.Léo Pinheiro ainda diz que, já na condição de ministro, Bezerra teria recebido propina da obra do canal do Sertão, executada com recursos do governo de Alagoas e do Ministério da Integração Nacional.A intenção dos pagamentos a Bezerra, conforme Léo Pinheiro, era obter a liberação dos recursos do ministério necessários para tocar a obra. O delator afirma que esse acerto de propina com Bezerra foi feito por Elmar Varjão, que era o diretor da OAS no Nordeste. DEIXE UMA MENSAGEM Cancel ReplyYou must be logged in to post a comment.