Brasília – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reuniu-se nesta quarta-feira (3) com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), e ministros do governo federal filiados ao União Brasil. O almoço ocorre um dia após a federação União Brasil-PP orientar seus políticos com mandato a deixarem cargos no Executivo até 30 de setembro, sob o risco de expulsão do partido.

Estiveram presentes no encontro os ministros Celso Sabino (Turismo), Waldez Góes (Desenvolvimento Regional) e Frederico Siqueira Filho (Comunicações). Góes e Siqueira Filho foram indicados por Alcolumbre. A ministra Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais), figura chave na articulação política do governo, também participou da reunião.

Na véspera, a cúpula da federação União Brasil-PP anunciou a exigência para que políticos com mandato que ocupam ministérios deixem o governo até o final de setembro. A medida afeta diretamente André Fufuca (Esporte), deputado federal licenciado pelo PP, e Celso Sabino (Turismo), licenciado pelo União Brasil.

Gleisi Hoffmann, em declarações no dia anterior, reforçou a cobrança por compromisso com o presidente Lula e as pautas prioritárias do governo, como justiça tributária, democracia e estado de direito. “Quem permanecer deve ter compromisso com o presidente Lula e com as pautas principais que este governo defende… Precisam trabalhar conosco para aprovação das pautas do governo no Congresso Nacional. Isso vale para quem tem mandato e para quem não tem mandato, inclusive para aqueles que indicam pessoas para posições no governo”, afirmou.

O Planalto, no entanto, declarou que a reunião desta quarta não tem relação direta com o anúncio da federação e que se trata de uma continuidade das agendas de diálogo do presidente com as legendas, como as realizadas com PSD, Republicanos e MDB.

Apesar de Lula ter minimizado o impacto do possível desembarque de ministros, afirmando a aliados que vencerá as eleições presidenciais de 2026, interlocutores reconhecem que a saída de aliados pode gerar dificuldades para a aprovação de projetos prioritários do governo no Congresso Nacional.

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