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O Instituto Médico-Legal (IML) do Rio de Janeiro emitiu um laudo revelando que o estado em que o corpo da publicitária Juliana Marins, de 26 anos, chegou ao Brasil comprometeu significativamente a realização de análises periciais. Juliana foi encontrada morta no último sábado (6), quatro dias após sofrer uma queda durante uma trilha na Indonésia. O corpo foi repatriado ao país após um processo de embalsamamento, o que, segundo o IML, dificultou a realização de exames essenciais para determinar as circunstâncias exatas de sua morte.

De acordo com o IML, o processo de conservação do corpo, realizado antes da necropsia, impediu a identificação precisa do horário da morte e prejudicou a análise de sinais clínicos importantes, como hipotermia, desidratação ou indícios de violência sexual. O perito responsável concluiu que os exames foram “prejudicados pelo lapso temporal e as condições de embalsamamento que chegou o cadáver”.

A causa oficial da morte foi atribuída a hemorragia interna, decorrente de múltiplas lesões traumáticas, incluindo fraturas graves na pelve, tórax e crânio. Essas lesões são compatíveis com uma queda de grande altura. Apesar da gravidade dos ferimentos, os peritos estimam que Juliana pôde ter sobrevivido entre 10 e 15 minutos após o impacto, embora sem condições de se locomover ou pedir ajuda.

O exame cadavérico, contudo, não encontrou sinais de contenção física ou violência sexual. Análises laboratoriais não identificaram a presença de espermatozoides nem lesões nas regiões genitais e perianais. No entanto, exames genéticos complementares estão em andamento para verificar a possível existência de material biológico masculino.

O laudo também mencionou a presença de marcas de arrasto no corpo, que seriam compatíveis com a inclinação do terreno onde Juliana foi encontrada. Contudo, a ausência de informações detalhadas sobre a dinâmica da queda e o tempo de exposição da vítima ao ambiente dificultaram a conclusão sobre possíveis fatores ambientais que poderiam ter contribuído para a morte, como exaustão ou desorientação.

A família da publicitária solicitou à Justiça brasileira a realização de uma nova perícia. Um perito particular acompanhou o processo e a cremação do corpo, que estava inicialmente prevista, foi suspensa para permitir a análise complementar. A Polícia Civil do Rio de Janeiro continua investigando o caso.