A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco (PT), revelou nesta quarta-feira, 14 de maio, que está considerando concorrer a uma vaga no Senado ou na Câmara dos Deputados nas eleições de 2026. Caso sua candidatura seja confirmada, esta será a primeira vez que Anielle disputará uma eleição desde que ingressou na vida política em 2023, ao ser convidada para assumir o ministério no governo Lula (PT).

Segundo a legislação vigente, os ministros que desejam concorrer nas eleições devem deixar seus cargos até seis meses antes do primeiro turno, o que significa que Anielle precisaria se afastar até o início de abril de 2026.

Durante um jantar com deputadas e senadoras estaduais dos Estados Unidos, Anielle compartilhou seus planos de candidatura e mencionou que está conversando sobre isso com sua família e seu partido. As parlamentares norte-americanas estão no Brasil para se reunir com ativistas e autoridades locais.

Ao final do encontro, Anielle afirmou à Folha de São Paulo que a candidatura “é sempre uma possibilidade” e que ainda irá discutir sua decisão com Lula. “Eu vou ficar aqui até o dia que o presidente disser que quer que eu fique”, declarou.

Irmã da vereadora Marielle Franco, assassinada em 2018, Anielle se filiou ao PT em 2024, levantando especulações sobre uma possível candidatura nas eleições municipais do Rio de Janeiro, proposta que não se concretizou.

Anielle também conversou com as deputadas americanas sobre sua experiência política após a morte de Marielle e revelou que enfrenta ataques constantes, necessitando de acompanhamento de segurança. Ela expressou preocupação sobre como seria a dinâmica de segurança pessoal caso fosse eleita para o Congresso, mas enfatizou a importância de haver mais mulheres negras representadas no Legislativo brasileiro.

Além disso, com a expectativa da saída de diversos ministros do governo até abril de 2026 devido à disputa eleitoral, Lula tem sondado a disposição do deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) em abrir mão de sua candidatura ao Congresso para assumir a Secretaria-Geral da Presidência no lugar de Márcio Macêdo até o final do mandato. Boulos admitiu a aliados mais próximos que estaria disposto a desistir da reeleição à Câmara dos Deputados para integrar o governo e deve ser confirmado por Lula na nova pasta.

A repórter viajou a convite do WEC (Women’s Equality Center).