Uma comitiva de cerca de 20 políticos brasileiros de direita esteve em Washington para acompanhar a posse de Donald Trump, realizada na segunda-feira (20). No entanto, a cerimônia teve que ser adaptada devido a mudanças climáticas, o que resultou na divisão da comitiva para assistirem ao evento.

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) não puderam participar da cerimônia na Rotunda do Capitólio, que teve capacidade limitada a 600 pessoas. Contudo, estavam confirmados para o baile Starlight, um dos três eventos oficiais da noite. No dia anterior, ambos participaram de um jantar à luz de velas onde Trump fez um discurso ao lado de autoridades do governo.

Apesar de terem recebido convites para a posse, o plano original foi alterado por Trump devido às temperaturas extremas esperadas, levando-o a transferir toda a parte ao ar livre para locais fechados. Essa mudança deixou parte do público fora do evento. Na Rotunda, estavam presentes líderes como o presidente da Argentina, Javier Milei, e a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni. O presidente do Paraguai, Sebastian Peña, optou por não comparecer e seguiu sua agenda de trabalho.

Eduardo Bolsonaro afirmou em nota que a equipe responsável pela cerimônia garantiu que Jair Bolsonaro teria um lugar reservado ao lado de Milei e Meloni se estivesse presente. O deputado ainda comentou que muitos brasileiros precisam superar um “complexo de inferioridade”, ressaltando que a diplomacia brasileira havia sido relegada à irrelevância antes do governo Bolsonaro.

De acordo com informações de aliados, Eduardo e Michelle acompanharam a posse na sede da Heritage Foundation, uma think tank conservadora. Eles tentaram organizar uma ligação entre Bolsonaro e Trump e um encontro entre Michelle e Melania Trump, mas nada estava confirmado até o fechamento desta matéria.

A única representante do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) presente no Capitólio foi a embaixadora do Brasil em Washington, Maria Luiza Viotti. Ela também estava confirmada no Liberty Ball.

A deputada Bia Kicis (PL-DF) assistiu à posse em um restaurante na Virgínia junto a integrantes do Yes Brasil, um grupo político formado por brasileiros nos EUA. “Esse é um momento de reorganização da direita”, afirmou Kicis.

O deputado Joaquim Passarinho (PL-PA) acompanhou o evento por meio de um telão instalado no hotel onde estava hospedado. No dia anterior à posse, os deputados participaram de uma reunião com Jim Pfaf, presidente do Conservative Caucus dos EUA. Durante essa reunião, Bolsonaro participou por chamada de vídeo e recebeu orações e mensagens de apoio.

Gilson Machado, ex-presidente da Embratur e aliado de Bolsonaro em Washington, expressou otimismo com o novo governo americano. “Trump disse que os americanos vão ficar grudados na televisão um mês. O clima é outro”, destacou.

Os parlamentares também participaram de um café da manhã organizado por Steve Bannon, ex-estrategista de Trump e líder da ultradireita americana. Esse encontro reforçou as conexões internacionais entre líderes conservadores e destacou as novas dinâmicas políticas que estão emergindo globalmente.