Polícia Identifica Fonte de Envenenamento em Bolo que Resultou em Três Mortes no RS Redação 6 de janeiro de 2025 Destaque, Notícias, Polícia, ultimas notícias, ÚLTIMAS NOTÍCIAS A Polícia Civil do Rio Grande do Sul anunciou nesta segunda-feira (6) que identificou a fonte do envenenamento de um bolo que causou a morte de três pessoas e deixou outras duas hospitalizadas em Torres, no litoral norte do estado.Durante uma coletiva de imprensa na delegacia de Capão da Canoa, representantes da Polícia Civil, do Instituto-Geral de Perícias (IGP) e da Secretaria de Segurança Pública informaram que indícios apontam para uma tentativa de homicídio doloso, motivada por desavenças familiares.A investigação revelou que a contaminação do bolo veio de uma farinha encontrada durante um mandado de busca no município de Arroio do Sal. Dentre 89 amostras analisadas, a farinha apresentou uma média de concentração de veneno de 65 g por 1 kg, o que representa 2.700 vezes mais do que a quantidade encontrada no bolo.Na noite de domingo (5), uma mulher foi presa temporariamente como suspeita de envolvimento nas mortes. A suspeita, cuja identidade não foi divulgada, é nora da autora do bolo, Zeli dos Anjos, 61 anos, que permanece internada em estado estável.As vítimas fatais incluem duas irmãs de Zeli: Maida Berenice Flores da Silva, 59 anos, e Neuza Denize Silva dos Anjos, 65 anos, além de Tatiana Denize Silva dos Anjos, 47 anos, filha de Neuza. Uma criança de dez anos que também consumiu o bolo foi hospitalizada, mas já recebeu alta.A polícia classifica o caso como triplo homicídio duplamente qualificado devido ao motivo fútil e ao uso de veneno, com possibilidade de evolução para triplamente qualificado conforme a apuração dos detalhes relacionados à dissimulação.O delegado Marcus Vinícius Veloso, responsável pelas investigações na Delegacia de Polícia de Torres, comentou sobre a natureza desproporcional do crime: “São divergências que ocorreram há aproximadamente 20 anos, divergências muito pequenas.”O bolo envenenado foi servido durante uma confraternização natalina da família na noite de 24 de dezembro. A diretora do IGP, Marguet Mittmann, enfatizou que não se trata da degradação acidental dos ingredientes. A quantidade de arsênio encontrada nas vítimas variava entre 80 e 300 vezes acima dos níveis considerados para contaminação ocupacional acidental.Análises revelaram concentrações alarmantes de arsênio em amostras de sangue, urina e conteúdo estomacal das três vítimas. O secretário estadual de Segurança Pública, Sandro Caron, ressaltou que a prisão se baseia em indícios concretos sobre a responsabilidade da suspeita na contaminação da farinha.Além disso, a polícia confirmou que realizará a exumação do corpo do marido de Zeli, falecido em setembro sob suspeita inicial de intoxicação alimentar. Investigadores acreditam haver indícios que conectam os dois casos.