Cade Retoma Inquérito Contra a Rede Globo por Suspeita de Monopólio nas Transmissões de Futebol

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) decidiu reabrir o inquérito contra a Rede Globo de Televisão, investigando possíveis práticas monopolistas nas transmissões de futebol no Brasil. A investigação, que estava suspensa desde julho de 2023, volta à pauta sem que a emissora tenha enfrentado qualquer punição até o momento.

Segundo informações, a decisão de retomar o inquérito foi tomada em 27 de dezembro de 2024. O objetivo é analisar as práticas de mercado da Globo até março de 2025, em um cenário onde a concorrência pelos direitos de transmissões esportivas tem se intensificado nos últimos anos.

ENTENDA O CASO

A investigação contra a Rede Globo teve início em 2021 e se concentra nas relações da emissora com concorrentes, clubes de futebol e outras empresas do setor. Em julho de 2023, o Cade enviou 34 ofícios a clubes e à Warner Bros Discovery, solicitando esclarecimentos sobre os contratos de transmissão do Campeonato Brasileiro entre 2019 e 2024. O intuito é averiguar se a Globo adotou práticas anticompetitivas que prejudicaram a concorrência e impactaram negativamente o mercado de transmissões esportivas no Brasil.

A Warner Bros Discovery, um dos principais concorrentes da Globo, informou ao Cade que rescindiu um contrato com o Brasileirão devido a “situações ruins” causadas pela emissora. Além disso, clubes como Vitória, São Paulo, Vasco e Cuiabá também responderam aos questionamentos do órgão. O Flamengo relatou tentativas frustradas de transmitir seus jogos por meio de sua própria plataforma de streaming, devido à interferência da Globo.

DEFESA DA GLOBO

A Rede Globo refuta as alegações de monopólio, argumentando que o mercado de direitos de transmissão passou por uma “pulverização recente”. Como exemplo, a emissora cita a aquisição dos direitos do Campeonato Brasileiro pela Record, que firmou um contrato por três anos a partir de 2025. Segundo a Globo, essa diversificação no mercado evidencia que não há práticas anticompetitivas em suas operações. A investigação continua em andamento e promete trazer novos desdobramentos para o cenário esportivo brasileiro nos próximos meses.