O ministro Flávio Dino, que tomou posse no Supremo Tribunal Federal (STF) em fevereiro, após ser indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, tem desempenhado um papel significativo na facilitação da gestão do governo federal. As decisões de Dino estão relacionadas a processos herdados da ex-ministra Rosa Weber e do ministro André Mendonça.

Com uma sólida experiência no Executivo, Dino se tornou o primeiro ex-governador a ocupar uma cadeira no STF desde a promulgação da Constituição de 1988, tendo governado o Maranhão. Desde sua chegada à corte, suas atuações mais notáveis têm se concentrado em temas como emendas parlamentares e emergência climática, onde suas decisões têm alinhado-se às necessidades do governo Lula.

Dino enfatiza que os processos que estão sob sua responsabilidade não se limitam apenas às questões governamentais, mas refletem preocupações mais amplas para o país. Ele argumenta que os desafios relacionados às emendas e ao meio ambiente transcendem os períodos de governo de Jair Bolsonaro e Lula.

Entre as medidas mais relevantes implementadas por Dino está a suspensão de transferências de R$ 17,5 bilhões em emendas parlamentares, visando maior transparência nas alocações de recursos. Essa ação resultou em um acordo entre o Congresso e o Executivo para estabelecer novas regras para esses recursos. O clima tenso entre o governo e o Legislativo foi evidenciado por reclamações do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), sobre a percepção de que o Congresso havia “sequestrado” parte do Orçamento.

Embora a insatisfação com as exigências de transparência tenha ameaçado o andamento de um pacote de cortes de gastos do ministro Fernando Haddad (Fazenda), o governo conseguiu contornar a situação. A liberação de R$ 7,8 bilhões em emendas pelo Executivo ajudou a amenizar as tensões, resultando na aprovação de requerimentos de urgência para projetos do pacote.

No campo das emergências climáticas, Dino assumiu a relatoria de uma ação crucial após Mendonça abdicar. Ele tem abordado questões como os desastres climáticos com um enfoque proativo, criando uma mesa de conciliação entre União, estados e Ministério Público. Suas decisões incluem a autorização para emissão de créditos extraordinários para combater incêndios no Pantanal e na Amazônia e flexibilização das regras para contratação de brigadistas.

Dino defende que não deve haver dicotomia entre responsabilidade fiscal e ambiental. “Só existe responsabilidade fiscal verdadeira com responsabilidade ambiental. O resto é hipocrisia”, afirmou durante uma reunião sobre emergência climática.

Com essas ações, Flávio Dino tem se mostrado um articulador importante para o governo Lula no STF, buscando equilibrar as demandas do Executivo com as necessidades urgentes do país.