O governo de Nicolás Maduro lançou uma ameaça contra o candidato de oposição Edmundo González, afirmando que ele será preso caso retorne à Venezuela. Atualmente exilado em Madri, González declarou que está preparado para voltar ao país no dia 10 de janeiro, data em que pretende tomar posse como novo presidente da Venezuela.

A ameaça de prisão foi feita por Diosdado Cabello, ministro da Justiça e Defesa, durante seu programa de televisão semanal. Cabello afirmou que González seria detido ao retornar de seu exílio em Madri para Caracas na data da posse presidencial. Em um gesto provocativo, ele exibiu uma caixa de vidro contendo algemas, que chamou de “presente” para o opositor.

González respondeu à ameaça, afirmando que está moralmente preparado para ser preso pelas forças do governo de Maduro. Ele destacou que ainda não possui passagem para a prisão, mas mantém o plano de estar em Caracas no dia da posse.

ELEIÇÃO CONTESTADA

Em julho deste ano, a Venezuela realizou eleições presidenciais. O Conselho Nacional Eleitoral (CNE), aliado ao governo de Maduro, declarou que o presidente havia sido reeleito com 51% dos votos. Por outro lado, a oposição alega que González foi eleito com cerca de dois terços dos votos.

Após as eleições, diversos protestos eclodiram em Caracas e em outras cidades do país, resultando na prisão de mais de 1.000 pessoas. Os resultados das eleições continuaram a ser contestados até que a Suprema Corte da Venezuela anunciou que o pleito foi justo, apesar das críticas da comunidade internacional sobre a transparência do processo eleitoral.