Em uma operação realizada nesta terça-feira (19), a Polícia Federal (PF) deu cumprimento a mandados de busca e apreensão e de prisão contra militares suspeitos de integrarem uma organização criminosa planejando um golpe de Estado para impedir a posse do então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A decisão foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

As investigações revelaram que os suspeitos se comunicavam em um grupo no aplicativo Signal, denominado “Copa 2022”, onde cada membro utilizava um codinome associado a seleções de futebol, como Alemanha, Áustria, Brasil, Argentina, Japão e Gana. O plano golpista incluía o envenenamento de Lula, considerando sua vulnerabilidade à saúde e suas frequentes idas a hospitais. Um dos documentos encontrados descrevia a possibilidade de usar substâncias químicas para causar um colapso orgânico no presidente.

Além da tentativa de assassinato de Lula, também estava em pauta o plano “Punhal Verde e Amarelo”, que visava não apenas o petista, mas também seu vice, Geraldo Alckmin (PSB). Outro alvo do plano era o ministro Alexandre de Moraes, que deveria ser preso e assassinado em seguida.

Entre os alvos da operação estão pelo menos quatro militares, incluindo um general da reserva. Os envolvidos são: o general da reserva Mario Fernandes e os tenentes-coronéis Hélio Ferreira Lima, Rafael Martins de Oliveira e Rodrigo Bezerra de Azevedo. Também foi preso o policial federal Wladimir Matos Soares, que é outro alvo dos mandados.

As prisões foram realizadas em três estados: Rio de Janeiro, Goiás e Amazonas, além do Distrito Federal. Todas as medidas foram cumpridas na manhã desta terça-feira. A operação evidencia as graves ameaças à democracia brasileira e reforça a atuação das instituições na defesa do Estado democrático de direito.