O líder político da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou nesta segunda-feira (2), que irá decretar o adiantamento das festividades de Natal no país latino-americano para o dia primeiro de outubro. De acordo com Maduro, o período será uma época de paz, felicidade e segurança.

A fala se dá em meio a uma das maiores crises políticas da história do país, após os resultados das eleições gerais realizadas no dia 28 de julho terem sido contestadas pela oposição. O Conselho Nacional Eleitoral (CNE), aliado ao regime de Maduro, anunciou a vitória do então presidente por pouco mais de 51% dos votos.

A oposição, no entanto, liderada pelo candidato à presidência Edmundo González e pela ex-deputada María Corina Machado, considera que os resultados das eleições foram adulterados. De acordo com eles, González teria vencido as eleições com praticamente dois terços dos votos totais.

A contestação é apoiada por diversos países e líderes políticos ao redor do mundo, que pedem, desde o final de julho, a divulgação das atas eleitorais do pleito. O CNE, no entanto, afirma que a divulgação foi impossibilitada por supostos ataques hackers que o órgão sofreu.

DIA AGITADO PARA A VENEZUELA

No mesmo dia do anúncio de antecipação das festividades natalinas pelo chefe de estado, a Justiça venezuelana pediu a prisão do candidato da oposição Edmundo González. De acordo com o Ministério Público do país, González se recusou a prestar depoimento sobre os atos populares posteriores às eleições e por isso deverá ser preso, de acordo com a lei.

Tanto González, quanto Corina Machado afirmam que o candidato, que já se declara como presidente eleito do país, não compareceria porque as intimações para prestação de depoimentos eram apenas motivos para prendê-lo. Os dois se encontram escondidos, com medo de represálias do governo de Maduro.

JATO APREENDIDO

Ainda na segunda-feira, os Estados Unidos apreenderam um jato presidencial pertencente a Maduro na República Dominicana. As autoridades estadunidenses afirmam que a compra da nave, de modelo Dassault Falcon 900, violou as sanções impostas ao regime de Maduro.

O modelo está avaliado em cerca de 40 milhões de dolares e é similar a modelos usados por estrelas internacionais, como o jogador brasileiro Neymar ou a artista pop estadunidense Taylor Swift.

“Estamos mandando uma mensagem clara de que ninguém está acima da lei e que ninguém está acima do alcance das sanções dos Estados Unidos”, afirmou um oficial do governo estadunidense, que pediu anonimato, em entrevista à rede de notícias norte-americana CNN.