CPI que investiga fraude da Americanas empaca diante habeas corpus de ex-diretores Redação 30 de agosto de 2023 Destaque, Notícias, Política, ultimas notícias, ÚLTIMAS NOTÍCIAS A CPI que investiga a fraude contábil na Americanas empacou ao tentar avançar para cima da antiga diretoria da varejista. Todos os convidados compareceram à reunião da comissão munidos de habeas corpus e não responderam a nenhuma pergunta sobre a fraude na empresa. Na sessão desta terça (29) foi a vez de Marcelo Nunes, ex-diretor financeiro da companhia, não responder a nenhum questionamento sobre o assunto. Em uma das únicas respostas que deu, disse que não foi demitido por justa causa. Até o momento, cinco ex-executivos compareceram às sessões da CPI. Um deles, Márcio Meirelles, chegou a ignorar sua convocação. Diante disso, o presidente da CPI, Gustinho Ribeiro (Republicanos-SE) pediu a sua condução coercitiva. O advogado de Meirelles entrou em contato com a CPI ainda durante a sessão que faltou para garantir a sua presença na próxima. Com isso, evitou a condução coercitiva. Na CPI, Meirelles não respondeu perguntas. Quem ainda não foi é o principal nome da antiga gestão, o ex-CEO Miguel Gutierrez. Ele apresentou um atestado médico no início de agosto informando que estava na Espanha e não podia viajar ao Brasil por razões médicas. O prazo do atestado era 25 de agosto e agora os parlamentares e Gutierrez negociam a sua vinda. Os deputados preferem que ele venha ao Brasil para falar, o que poderia inclusive acontecer em uma sessão reservada. Já a defesa de Gutierrez tenta um depoimento por vídeoconferência. A estratégia dos antigos executivos frustrou os deputados da CPI, que buscam um caminho para a comissão. O prazo dela se encerra no meio de setembro, e os parlamentares que compõe o grupo querem uma prorrogação de 15 dias para encontrar uma solução. A possibilidade será discutida em sessão administrativa nesta quarta (30). O rumo imaginado no momento pelos deputados para o relatório final envolve a sugestão de melhoras legislativas para impedir casos semelhantes ao da Americanas e melhorar as punições nessas situações. Isso passa por leis para favorecer whistleblowers (denunciantes) como é feito nos Estados Unidos e por criar novas tipificações na legislação. A convocação da antiga diretoria começou após o atual CEO da Americanas, Leonardo Coelho Pereira, apresentar na CPI um relatório interno classificando o ocorrido na empresa como fraude contábil e apontando a antiga diretoria como culpados.