Em entrega de obras viárias realizadas no bairro do Stiep, na manhã desta terça-feira (16), o prefeito Bruno Reis comentou sobre o empasse que se arrasta entre rodoviários e empresários desde a última semana. Os trabalhadores reivindicam um reajuste salarial e ameaçam deflagrar greve em Salvador. Questionado sobre o tema, Reis pediu parcimônia às duas partes e disse esperar por um desfecho positivo.

“A Delegacia Regional do Trabalho está tentando mediar um acordo. O que o prefeito pode fazer nesse caso é: de um lado pedir que os trabalhadores do transporte público, em especial pela crise que estamos vivendo, compreendam a dificuldade de dar qualquer reajuste acima da inflação. E por outro lado, os empresários, se puderem fazer algum esforço, o mínimo que seja, acima da inflação, que possam fazer”, comentou.

O chefe do Palácio Thomé de Souza disse ainda que espera que a situação seja resolvida nas próximas reuniões. Segundo ele, os dois lados precisam ceder e chegar a um denominador comum.

“Efetivamente, é esse o grande impasse. O Sindicato Patronal quer pagar a inflação do período, e os rodoviários querem receber acima da inflação do período. E a gente está vendo o que tá ocorrendo Brasil afora, a crise que vive o transporte público, onde àquelas categorias que não chegaram a um acordo, a Justiça do Trabalho decidiu pela inflação do período. Então pra evitar isso, espero que façam um acordo na reunião de hoje. Se essa reunião não chegar a nenhum consenso, a tendência é que se marque outra até chegar a um acordo. O que estou fazendo é mediando isso, pedindo aos rodoviários que compreendam as dificuldades do momento, e do outro lado, que os empresários possam fazer um esforço que seja possível diante da dura realidade que eles estão vivendo”, ponderou.

Bruno Reis ainda afirmou que um provável aumento da tarifa de ônibus em 2023 não vai levar em consideração o possível reajuste acima da inflação. 

“O cálculo do reajuste da tarifa está sendo discutindo nesse momento. E não está se levando esse reajuste em consideração, até porque esse reajuste ficaria para discussão tarifária do ano que vem. Então o que vai ser computado nessa revisão é o reajuste dado no ano passado. Não há como o cidadão pagar essa conta caso o reajuste seja maior do que a inflação do período”, concluiu.

Os trabalhadores pedem reajuste entre 10% e 11% em seus vencimentos, além de um aumento de 10% no ticket alimentação. Outra reivindicação é a compensação das horas extras. Na pauta também estão o fim da dupla jornada – ou seja, quando o motorista dirige e faz a função de cobrador, além da manutenção dessa última função em todas as linhas e horários.