Puxado pela gasolina, o índice oficial de inflação do Brasil teve alta de 0,71% em março, após subir 0,84% em fevereiro.
 

É o que apontam os dados do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) divulgados nesta terça-feira (11) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
 

Analistas consultados pela agência Bloomberg projetavam alta de 0,77% em março, período que marcou o retorno parcial da cobrança de tributos federais sobre gasolina e etanol.
 

Com o novo resultado, o IPCA acumulou inflação de 4,65% em 12 meses. O avanço era de 5,60% até fevereiro.
 

O centro da meta de inflação, que serve de referência para o BC (Banco Central), é de 3,25% em 2023. O intervalo de tolerância é de 1,5 ponto percentual para mais (4,75%) ou para menos (1,75%).
 

Para analistas, o IPCA deve estourar a meta pelo terceiro ano consecutivo. Na mediana, o mercado financeiro prevê inflação de 5,98% no acumulado até dezembro de 2023, conforme a edição mais recente do boletim Focus, divulgada na segunda (10).
 

Neste início de governo, o BC virou alvo de críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O motivo foi o patamar dos juros no país.
 

Em uma tentativa de conter a inflação, o BC manteve a taxa básica de juros (Selic) em 13,75% ao ano. Ao esfriar a demanda por bens e serviços, a medida busca frear os preços e ancorar as expectativas para o IPCA.
 

O efeito colateral esperado é a perda de fôlego da atividade econômica, porque o custo do crédito fica mais alto para empresas e consumidores.
 

Lula já defendeu uma flexibilização na meta de inflação com a expectativa de abrir espaço para o corte dos juros. Parte dos economistas, contudo, entende que o efeito concreto seria o oposto, por ampliar as incertezas.
 

“Se a meta [de inflação] está errada, muda-se a meta”, disse o presidente na semana passada.