Ministro do STJ critica demissões de ministros e afirma que Brasil está ‘desgovernado’ na Saúde Redação 20 de maio de 2020 Brasil, Destaque, Política, ÚLTIMAS NOTÍCIAS Ao analisar um pedido contra a imposição de bloqueio total (lockdown) em Pernambuco nesta quarta-feira (20), o ministro Rogério Schietti, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), afirmou que o Brasil está “desgovernado” na área da saúde.Desde março, quando a pandemia de coronavírus foi declarada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em março, dois ministros da Saúde deixaram o cargo. Foram eles Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich. Atualmente, a pasta está interinamente com o secretário-executivo, Eduardo Pazuello, que tem seguido as ordens de Jair Bolsonaro. O presidente defende o uso da cloroquina, a reabertura do comércio, das escolas e a “volta à normalidade”.“Nesse ínterim, continua o país (des)governado na área de saúde – já se vão 6 dias sem um titular da pasta – mercê das iniciativas nem sempre coordenadas dos governos regionais e municipais, carentes de uma voz nacional que exerça o papel que se espera de um líder democraticamente eleito e, portanto, responsável pelo bem-estar e saúde de toda a população, inclusive da que não o apoiou ou apoia”, destacou Schietti na decisão.“Em nenhum país, pelo que se sabe, ministros responsáveis pela pasta da Saúde são demitidos por não se ajustarem à opinião pessoal do governante máximo da nação e por não aceitarem, portanto, ser dirigidos por crenças e palpites que confrontam o que a generalidade dos demais países vem fazendo na tentativa de conter o avanço dessa avassaladora pandemia”, complementou o ministro.Ele ponderou que o recado transmitido pelo governo é de confronto, de desprezo à Ciência e às instituições e pessoas que se dedicam à pesquisa. Também criticou o silêncio utilizado em algumas ocasiões e a piada diante de tragédias diárias.“É a reprodução de uma espécie de necropolítica, de uma violência sistêmica, que se associa à já vergonhosa violência física, direta (que nos situa em patamares ignominiosos no cenário mundial) e à violência ideológica, mais silenciosa, porém igualmente perversa, e que se expressa nas manifestações de racismo, de misoginia, de discriminação sexual e intolerâncias a grupos minoritários”, frisou. DEIXE UMA MENSAGEM Cancel ReplyYou must be logged in to post a comment.
Ao analisar um pedido contra a imposição de bloqueio total (lockdown) em Pernambuco nesta quarta-feira (20), o ministro Rogério Schietti, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), afirmou que o Brasil está “desgovernado” na área da saúde.Desde março, quando a pandemia de coronavírus foi declarada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em março, dois ministros da Saúde deixaram o cargo. Foram eles Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich. Atualmente, a pasta está interinamente com o secretário-executivo, Eduardo Pazuello, que tem seguido as ordens de Jair Bolsonaro. O presidente defende o uso da cloroquina, a reabertura do comércio, das escolas e a “volta à normalidade”.“Nesse ínterim, continua o país (des)governado na área de saúde – já se vão 6 dias sem um titular da pasta – mercê das iniciativas nem sempre coordenadas dos governos regionais e municipais, carentes de uma voz nacional que exerça o papel que se espera de um líder democraticamente eleito e, portanto, responsável pelo bem-estar e saúde de toda a população, inclusive da que não o apoiou ou apoia”, destacou Schietti na decisão.“Em nenhum país, pelo que se sabe, ministros responsáveis pela pasta da Saúde são demitidos por não se ajustarem à opinião pessoal do governante máximo da nação e por não aceitarem, portanto, ser dirigidos por crenças e palpites que confrontam o que a generalidade dos demais países vem fazendo na tentativa de conter o avanço dessa avassaladora pandemia”, complementou o ministro.Ele ponderou que o recado transmitido pelo governo é de confronto, de desprezo à Ciência e às instituições e pessoas que se dedicam à pesquisa. Também criticou o silêncio utilizado em algumas ocasiões e a piada diante de tragédias diárias.“É a reprodução de uma espécie de necropolítica, de uma violência sistêmica, que se associa à já vergonhosa violência física, direta (que nos situa em patamares ignominiosos no cenário mundial) e à violência ideológica, mais silenciosa, porém igualmente perversa, e que se expressa nas manifestações de racismo, de misoginia, de discriminação sexual e intolerâncias a grupos minoritários”, frisou.