Ignorado ano após ano, o circuito do Campo Grande, antes tido como principal da folia e palco da abertura oficial do Carnaval de Salvador, agora amarga dias de pouco prestígio. Primeiro foram os camarotes. Logo em seguida, foi a vez dos blocos tradicionais virarem as costas para o Centro e irem de vez para a orla. O que se viu em 2020 foi mais do mesmo: para a tristeza de Osmar, que se vivo fosse teria 100 anos, o circuito que leva seu nome só é lembrado quando a Prefeitura de Salvador ou o Governo do Estado patrocinam artistas de grande porte e que levam grandes públicos, a exemplo de Ivete Sangalo, Cláudia Leitte, Daniela Mercury e Igor Kannário.

A preferência se reflete em números: sem grandes atrações, o Circuito Osmar registrou a presença de 3,4 milhões de entradas no Campo Grande. Em comparação, a Barra/Ondina teve o registro de 6,9 milhões em um espaço que já começa a dar sinais de superlotação.

“O Carnaval acontece lá hoje por conta dos investimentos da Prefeitura, inclusive em atrações. Mas não somos donos da vontade do folião, do artista ou do empresário. Isso precisa ser repensado por todos os atores envolvidos com o Carnaval”, disse o prefeito ACM Neto, que se despede da prefeitura no final do ano após as eleições municipais. Diante do desinteresse, o circuito sofre também com a violência, chegando até a conviver com tiroteios.

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