O deputado federal e líder da oposição na Câmara Federal, Alessando Molon (PSB-RJ), disse hoje (15), em entrevista à Rádio Metrópole, que o presidente da República, Jair Bolsonaro, se tornou contrário ao combate à corrupção por conta das denúncias que atingiram o filho Flávio Bolsonaro. Molon está em Salvador para participar da Lavagem do Senhor do Bonfim amanhã (16).

“Na verdade, o que ele tem feito na Presidência é combater o combate à corrupção. Isso porque há acusações gravíssimas contra o filho dele, Flávio Bolsonaro. Ele não raciocina mais como candidato que tenta vender ilusões. Bolsonaro passou mais de 20 anos no partido de Maluf. Como alguém que era do partido de Maluf vai dizer que combate corrupção? Isso não é serio. Bastaram surgir denúncias contra Flávio, que ele se tornou uma pessoa totalmente contrária ao combate à corrupção e está sendo chamado de traidor por parte dos seus seguidores, por ter adotado medidas contrárias ao que eles esperavam sobre o combate a corrupção”, disse.

Para o líder da oposição, o presidente ainda tenta colocar “na conta” do Congresso Nacional o que ele tem vergonha de assumir como pauta própria. Um dos exemplos foi a reforma da Previdência aprovada ano passado, tema do qual Bolsonaro fugiu. “De fato, ele tem essa prática de deixar no colo do Congresso o que ele quer fazer, mas não quer assumir a paternidade”, critica.

Molon avalia ainda que Bolsonaro mantém uma relação de “desconfiança” com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia e não dialoga com os parlamentares. “Ele confunde diálogo com troca-troca. Articulação política não é troca de um interesse por outro. Bolsonaro confunde politica com troca-troca. Política é produzir consenso, fazer concessões, desde que não ceda com princípios. Sei que é muito ruim a relação com ele, é uma relação truncada”, afirma.

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