O estudo feito pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e divulgado nesta quarta-feira (6), aponta que economia brasileira deixou de crescer pelo menos 0,18% em 2018 por causa dos impactos da tabela do frete rodoviário, criada pelo governo federal para atender reivindicação dos caminhoneiros, que paralisaram o país durante uma greve no ano passado. De acordo com a CNI, o Produto Interno Bruto (PIB, que é a soma dos produtos e serviços do país) foi reduzido em 0,11%, o equivalente a R$ 7,2 bilhões.

A menor expansão da economia devido à política de preços mínimos prejudicou, ainda, a recuperação do mercado de trabalho, diz a CNI. Ao todo, 203 mil postos de trabalho deixaram de ser criados. O estudo mostra que, na indústria, a produção de peças para veículos e outros equipamentos de transporte caiu 0,85%; a de ferro-gusa, 0,81%; a extração de minerais metálicos (não ferrosos), 0,76%; e a produção de aço semi-laminado, 0,74%.

Os dados também apontam que os setores de transporte terrestre de passageiros e de transporte aquaviário também foram afetados, com quedas de 0,55% e 0,69%, respectivamente. Além disso, ainda houveram perdas em setores como produção de couros e calçados (-0,58%), artigos de borracha (-0,60%), celulose (0,69%) e carvão mineral (0,54%).

A política de preços mínimos, que têm sido fixados pela Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT), está sendo praticada em patamares acima dos observados no mercado, o que se refletiu no aumento de preços para o consumidor. “Sem a tabela, a inflação teria fechado o ano em patamar 0,34 ponto inferior ao registrado, de forma que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) teria sido de 3,41%, e não de 3,75%”, diz a CN1, em nota.

A entidade afirma ainda que o tabelamento do frete mínimo foi uma das principais reivindicações da greve dos caminhoneiros, que durou 10 dias, entre 21 e 30 de maio de 2018. A lei especifica que os pisos mínimos de frete deverão refletir os custos operacionais totais do transporte, definidos e divulgados nos termos da ANTT, com prioridade para os custos referentes ao óleo diesel e aos pedágios.

 

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