Comparadas por analistas e políticos, as eleições de 2018 e as de 1989 apresentam semelhanças em relação à quantidade e ao perfil dos candidatos e às intenções de votos reveladas pelas pesquisas.

Com 12 postulantes, o pleito do final da década de 80 foi marcado pela liderança de Fernando Collor, do PRN, que, assim como o atual líder das pesquisas, Jair Bolsonaro (PSL), defendia o liberalismo econômico, o livre mercado e o Estado mínimo.

Em segundo lugar ao longo de quase toda a campanha, conforme registros do Datafolha, esteve o candidato do PDT, Leonel Brizola, que foi ultrapassado por Lula (PT). O petista acabou indo para o segundo turno com Collor, que ganhou com 53% dos votos válidos.

À época, também disputaram Mário Covas (PSDB), Paulo Maluf (PDS), Afif Domingos (PL), Ulysses Guimarães (PMDB), Roberto Freire (PCB), Aureliano Chaves (PFL), Ronaldo Caiado (PSD), Affonso Camargo (PTB) e Silvio Santos (PMB).

Em 2018, o candidato do PT, Fernando Haddad, que substitui Lula, já está em segundo colocado nas pesquisas, desbancando Ciro Gomes (PDT). Marina Silva (Rede), Geraldo Alckmin (PSDB), Henrique Meirelles (PMDB), João Amôedo (Novo) e Álvaro Dias (Podemos) deixaram de avançar nas intenções do eleitorado. João Goulart (PPL), Vera Lúcia (PSTU), Guilherme Boulos (PSOL), Eymael (DC) e Cabo Daciolo (Patriota) estão estacionados entre 0% e 4%, segundo o último levantamento do Datafolha.

Tradição

De acordo com pesquisa feita pelo portal UOL, desde 1989, nenhum candidato que liderou as pesquisas um mês antes das eleições foi derrotado. No entanto, Mauro Paulino, diretor do Instituto Datafolha, ressalta que as particularidades de 2018 podem quebrar a tradição.

“Nesta eleição, o nível de repúdio aos políticos é inédito, o ambiente de insatisfação e desesperança é maior, com características diferentes e tempo curto de campanha. Houve a indefinição da candidatura do Lula. A eleição começa de fato agora”, avalia.

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