Após prisão, Azeredo perde salário de R$ 25 mil, mas terá TV e comida caseira

A  Fiemg (Federação das Indústrias de Minas Gerais) rescindiu o contrato de consultoria com o ex-governador Eduardo Azeredo (PSDB) devido a sua prisão nesta quarta (23).

A  Fiemg (Federação das Indústrias de Minas Gerais) rescindiu o contrato de consultoria com o ex-governador Eduardo Azeredo (PSDB) devido a sua prisão nesta quarta (23).

Em seu primeiro dia preso em sala especial, Azeredo passou a ter direito ao uso de rádio e TV, além de poder receber refeições diárias enviadas pelos familiares. Ele está preso a cerca de um quilômetro da sua residência, em região nobre de BH.

“Devido a restrições médicas, conforme receituário apresentado, foi autorizado que ex-governador Eduardo Azeredo receba refeições diárias enviadas pelos familiares”, informa a Secretaria de Administração Penal de Minas.

O horário das refeições será o mesmo do aplicado em todo o sistema prisional, com café da manhã, almoço, café da tarde e jantar.

Por determinação da Justiça, o tucano cumpre pena em um batalhão do Corpo de Bombeiros em virtude do cargo de ex-governador e também devido à falta de condições das penitenciárias mineiras.

Ele tem direito a duas horas diárias de banho de sol, que será realizado na área da quadra da Academia de Bombeiros Militar. Azeredo está preso sozinho em uma sala sem grades de 27 metros quadrados, com cama, mesa de apoio e banheiro com chuveiro elétrico.

Também segundo determinou a Justiça, Azeredo tem acompanhamento de agentes penitenciários e está desobrigado de usar o uniforme do sistema carcerário.

A defesa de Azeredo informou que não teve contato com ele nesta quinta (24). Os advogados esperam a publicação do acórdão do Tribunal de Justiça de Minas, que determinou a prisão, para recorrer a tribunais superiores e pedir a suspensão da decisão.

Azeredo foi condenado a 20 anos e um mês de prisão por peculato (desvio de dinheiro público) e lavagem de dinheiro no esquema conhecido como mensalão tucano. Após perder todos os recursos na segunda instância da Justiça, sua prisão foi determinada na terça (22) e ele se entregou na quarta (23).

De qualquer forma, mesmo sem a prisão, o contrato de Azeredo com a Fiemg poderia ser encerrado neste mês, quando assume uma nova gestão na entidade. Nesta quinta, uma cerimônia marca a transmissão do mandato do presidente Olavo Machado Júnior para o seu sucessor eleito Flávio Roscoe.

O mensalão tucano é considerado o embrião do esquema de mesmo nome relacionado ao PT e, segundo o Ministério Público, aconteceu durante a fracassada campanha de reeleição de Azeredo ao governo mineiro em 1998.

Em 2007, a Procuradoria-Geral da República denunciou ao STF (Supremo Tribunal Federal) 15 pessoas por um esquema de desvio de R$ 3,5 milhões em recursos estatais e empréstimos fictícios que abasteceu a campanha de Azeredo, que era senador à época.