O ex-senador boliviano Roger Pinto Molina, 58, morreu na madrugada desta quarta-feira (16) em Brasília. Ele estava em estado grave no Hospital de Base desde sábado (12), após sofrer um acidente de avião em Goiás.
Segundo a Secretaria de Saúde, Molina teve uma parada cardiorrespiratória e morreu às 4h43. Por se tratar de um acidente aéreo, o corpo foi encaminhado para o IML (Instituto Médico Legal).
O ex-senador pilotava o próprio avião, de pequeno porte, quando caiu em Luziânia (GO). De acordo com o Corpo de Bombeiros de Goiás, a queda aconteceu após a decolagem no aeroclube da cidade, no entorno de Brasília.
Único ocupante da aeronave, Molina ficou preso nas ferragens. Após ser estabilizado pelos bombeiros, ele foi levado para a UTI do Hospital de Base.
ASILO
Molina pediu asilo ao Brasil em maio de 2012, afirmando ser alvo de perseguição política do governo Evo Morales, que o acusava de vender terras em Pando, departamento que governava, e de ser o mandante de uma ação em que 20 índios foram mortos.
O pedido foi aceito, mas a Bolívia não deu o salvo-conduto para que ele saísse do país. Ele ficou 454 dias na embaixada brasileira em La Paz, até sair de lá com ajuda de Eduardo Saboia, encarregado de negócios, que o levou de carro até Corumbá.
De lá, o boliviano partiu para Brasília, onde morava. A operação provocou uma crise diplomática entre Evo Morales e a então presidente Dilma Rousseff, que terminou com uma suspensão a Saboia no Itamaraty.
Em 2013, Molina afirmou que voltar à Bolívia seria “sentença de morte”.
“Retornar à Bolívia é pouco menos que um suicídio para mim. Se você escuta Morales, como ele fala, o pouco respeito que tem pelas pessoas, tenha a plena segurança de que voltar à Bolívia [para mim] é uma sentença de morte”, disse Molina à época.
O ex-senador também foi citado na época do acidente com o avião que levava o time da Chapecoense a Medellín, na Colômbia, que deixou 71 mortos. Ele era sogro de Miguel Quiroga, piloto e dono da empresa LaMia.
Nos últimos anos, Molina tentava se reerguer financeiramente e revalidou sua habilitação para pilotar no Brasil, relata seu advogado, Fernando Tibúrcio. “Ele estava começando a fazer alguns voos privados”, afirma. No sábado (12), estava em uma aeronave que usava para treinamento.
Segundo Tibúrcio, o desejo do senador era passar os últimos dias de vida na Bolívia. A possibilidade de tentar levar o corpo ao país será discutida com a família. “Sabemos que, se for essa opção, a família vai ter dificuldades políticas para fazer isso”, afirma.

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