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Em uma decisão que ecoa a postura de seu aliado Donald Trump, o presidente da Argentina, Javier Milei, confirmou nesta quarta-feira (5) que o país irá se retirar da Organização Mundial da Saúde (OMS). A informação foi divulgada pelo porta-voz do presidente, Manuel Adorni.

A Casa Rosada já enviou instruções à chancelaria, liderada por Gerardo Werthein, para formalizar os trâmites necessários para a saída. A justificativa apresentada para essa decisão são as “profundas diferenças sobre a gestão sanitária durante a pandemia”, que resultaram no confinamento mais abrangente da história.

“Não permitiremos que um organismo internacional intervenha em nossa soberania”, afirmou Adorni, reproduzindo retórica típica do presidente Milei.

Desde o início da atual administração nos Estados Unidos, em janeiro, Buenos Aires vinha planejando essa ação. Além da saída da OMS, o governo argentino também estuda a possibilidade de se retirar do Acordo de Paris e de eliminar a referência ao feminicídio do Código Penal.

Durante a pandemia de Covid-19, Milei questionou publicamente a eficácia das vacinas desenvolvidas contra o coronavírus, embora tenha tomado a vacina. Ele também criticou as medidas restritivas implementadas pela administração anterior do peronista Alberto Fernández.

O porta-voz destacou que a Argentina não recebe financiamento da OMS para suas ações de saúde pública e, portanto, não espera que essa saída impacte negativamente os serviços de saúde no país. Em contraste, a retirada dos Estados Unidos — que são os maiores financiadores da organização — poderia ter consequências mais amplas, afetando as capacidades de resposta da OMS.