Em entrevista, publicada nesta sexta-feira (08), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) reafirmou sua posição como principal figura da direita “identitária” no Brasil e criticou lideranças que tentam dividir o eleitorado. Segundo ele, essas tentativas são frustradas e não terão sucesso.

“A direita não tem dono. Tem um líder, que é incontestável, e jovens lideranças surgindo pelo Brasil. Sempre haverá alguém querendo dividir o que chamamos de direita hoje em dia. Não vão conseguir. São frustrados; até dei um nome carinhoso a eles: são intergalácticos que precisam mostrar a que vieram. Todos se elegeram na minha sombra, ou na minha onda, e rapidamente se voltam contra a gente”, afirmou Bolsonaro.

O ex-presidente focou suas críticas especialmente em figuras que se posicionaram como uma “segunda via” da direita nas eleições municipais deste ano. Em São Paulo, por exemplo, Marçal conseguiu atrair uma parte significativa do eleitorado de Ricardo Nunes (MDB), que conta com o apoio de Bolsonaro e do governador Tarcísio Freitas. Em Goiás, Ronaldo Caiado entrou em conflito com Bolsonaro para assegurar a posição de seu grupo na prefeitura de Goiânia, onde Fred Rodrigues (PL), candidato apoiado pelo ex-presidente, e Sandro Mabel (União Brasil), indicado por Caiado, chegaram ao segundo turno, consagrando o União Brasil como favorito na região.

“A direita não tem dono. Há pessoas que querem se impor como líderes. Liderança não é algo que se ganha; é algo que se conquista. Então, temos uns intergalácticos por aí. Manda em um bar em São Paulo, mas não vai ninguém”, disse Bolsonaro ao comentar sobre a força política dos seus rivais.

Falando sobre Tarcísio de Freitas (Republicanos), Bolsonaro reconheceu sua influência em São Paulo, mas enfatizou que isso não se estende além do estado: “É um grande líder no estado, verdade… ninguém vai me provocar”.

Quando questionado sobre quem seria o nome da direita em 2026, caso permaneça inelegível, Bolsonaro foi enfático: “Só depois que eu tiver morto. Antes de eu morrer, politicamente não tem nome. Pergunte para o Tarcísio o que ele acha. Ele tem dito que o candidato sou eu. A minha inelegibilidade é a prova de que acabou a democracia no Brasil”, concluiu.