O ex-governador de São Paulo, João Doria (sem partido), enviou uma carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na qual admite ter exagerado em suas críticas ao petista no passado e reconhece falhas em sua abordagem com adversários políticos. A entrega da carta foi feita pelo vice-presidente da República, Geraldo Alckmin (PSB), com quem Doria se reaproximou recentemente após uma visita do vice ao seu lar.

Doria e Alckmin viveram momentos tensos durante as eleições gerais de 2018, quando Alckmin apoiou a candidatura de seu vice, Márcio França (PSB), enquanto Doria, então no PSDB, não ofereceu apoio à candidatura presidencial do ex-governador. O envio da carta foi inicialmente revelado pelo jornal O Globo e confirmado por Doria. Em declaração ao portal Metrópoles, ele disse: “Quem já foi o ‘João trabalhador’ agora é ‘João conciliador’”, referindo-se ao slogan que o acompanhou nas campanhas para a prefeitura de São Paulo e para o governo do estado.

Distante da Política, Mas em Busca de Novos Caminhos

Desde 2022, quando deixou o PSDB, Doria se afastou da vida partidária e afirma não ter planos de retornar à política. Recentemente, ele tem se concentrado em deixar para trás os embates do passado e retomar sua atuação na produção de eventos que reúnem empresários e políticos através do Grupo Lide. Essa iniciativa lhe trouxe sucesso nos negócios e uma nova perspectiva.

O ex-governador reconhece que parte de seu êxito empresarial se deve ao acesso que o Grupo Lide proporciona a seus associados à classe política. Em suas palavras, “foram embates políticos, acalorados, de campanha, sobre os quais reconheço que houve exageros”. Além de Alckmin, Doria tem tentado reatar laços com outros políticos que foram adversários no passado. Bruno Araújo, ex-presidente do PSDB que se opôs à candidatura de Doria em 2022, agora é sócio do ex-governador. Flávio Dino, ministro do STF e ex-governador do Maranhão, também já participou de eventos promovidos pelo Lide.

Doria também tem investido em relacionamentos com atuais ministros do governo petista e governadores do Nordeste, além de buscar aproximação com aliados de diferentes espectros políticos, como o ex-ministro da Economia Paulo Guedes. Embora tenha confirmado a entrega da carta ao presidente Lula, Doria ainda aguarda uma resposta.