Curada do câncer no intestino que a afastou dos palcos em 2023, a cantora Preta Gil relembra o período crítico da doença com um alívio no peito de ter superado. 

Convidada do programa ‘Roda Viva’ na segunda-feira (4), a filha de Gil relatou uma experiência de quase morte que teve durante o período da quimioterapia. A artista, que diz não temer mais a hora de partir, contou que foi ressuscitada pelos médicos. 

“Quando tive a sepcemia (sepse), fazendo a quimio, foi divisor de águas, porque tive uma experiência de quase-morte, fui ressuscitada pelos médicos e voltei”, disse. 

Uma das fontes de força da artista foi o apoio do pai, que o tempo inteiro pedia para que ela se conectasse com a natureza e encarasse a morte. 

“Eu ainda estava muito fragilizada e ele falava assim: ‘se conecte com a natureza, a vida tem fim, a finitude..’. Ele falou um monte de coisa que, na hora, eu não entendi. Mas de uma maneira muito poética, humana e afetiva, ele falou sobre eu encarar a morte, a possibilidade de que a finitude poderia estar chegando pra mim. E que eu não tivesse medo, mas claro que fiquei apavorada. Mas naquelas noites muito difíceis em uma UTI, fui me conectando com a energia. A gente só morre porque vive.”

A cantora afirma que a doença mudou a percepção de morte para ela e a reconectou com a religião. “[O câncer] mudou sim minha percepção da morte. Não tira mais meu sono. Eu me cuido pra que tenha uma vida longeva, até quando Deus quiser. Conversei bastante com Ele e eu acho que não tenho mais aquela angústia. A doença humaniza, de verdade, a morte. Te aproxima de verdade e você faz uma desconstrução”.

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