Com um plenário da Câmara dos Deputados lotado e vivendo clima de guerra de torcidas, foi promulgada nesta quarta-feira (20) a Emenda Constitucional da Reforma Tributária. Discutida há pelo menos 30 anos no Congresso, a reforma foi aprovada depois de passar por dois turnos iniciais na Câmara, dois turnos e modificações no Senado, e novamente na Câmara, que aprovou definitivamente a proposta. 

A sessão de promulgação, uma das mais movimentadas das últimas décadas, contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ao chegar na Câmara, Lula provocou uma disputa entre grupos pró e contra o presidente.

Do lado esquerdo do Plenário, deputados e visitantes gritavam “Lula, guerreiro, do povo brasileiro”. Do lado direito, parlamentares de oposição rebateram com gritos de “o ladrão chegou”. A manifestação dos oposicionistas mereceu olhares de repreensão do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). 

Na mesa principal, ao lado do presidente Lula, se sentou o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso. Na cadeira principal, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), ao lado do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). 

Também participaram da solenidade o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e a ministra do Planejamento, Simone Tebet.


Depois da execução do Hino Nacional, e da assinatura da emenda constitucional da reforma, o presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco, fez um discurso em que salientou que a aprovação da reforma foi uma vitória da democracia e do Congresso Nacional. 

Rodrigo Pacheco elogiou o comprometimento e esforço do governo Lula para conseguir aprovar a reforma. O presidente do Congresso destacou também o trabalho do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que intermediou conversas e negociações entre o Senado, a Câmara e o Palácio do Planalto.

Outro elogiado pelo presidente do Senado em seu discurso foi o presidente da Câmara, Arthur Lira. Pacheco disse que se não fosse a capacidade de aglutinação e o talento de Lira para a negociação, a reforma não teria tido uma votação tão expressiva.

No Senado, a reforma tributária foi aprovada com 53 votos favoráveis e 24 contrários. Na Câmara, na última sexta (15), a reforma foi aprovada com 371 votos a favor e 121 contrários no primeiro turno, e 365 a 118 no segundo turno.