A ditadura da Coreia do Norte chamou o presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk-yeol de “fantoche traidor” e um “idiota diplomático” nesta segunda-feira (25), após Yoon classificar como “provocação direta” uma eventual ajuda militar da Rússia a Pyongyang, em seu discurso na Assembleia-Geral da ONU na semana passada.
 

“O fantoche traidor Yoon Suk-yeol, mesmo na 78ª Assembleia-Geral da ONU, difamou malignamente as relações entre a Coreia do Norte e a Rússia”, afirmou a agência estatal do regime, a KCNA.
 

Na última quarta-feira (20), Yoon usou seu discurso para criticar a aproximação entre Kim e Vladimir Putin. Os dois líderes se reuniram em Vladivostok, no extremo leste russo, em encontro que Seul e aliados ocidentais, como os Estados Unidos, trataram com preocupação diante da possibilidade de que os laços estreitados entre os dois fossem também militares.
 

“É paradoxal que um membro do Conselho de Segurança da ONU, que é o guardião máximo da paz mundial, invada uma nação soberana e receba armas e munição de um regime que viola flagrantemente as resoluções do próprio Conselho”, afirmou Yoon no púlpito da Assembleia-Geral, em Nova York, fazendo referência à invasão da Ucrânia pela Rússia.
 

“É evidente que um sujeito cabeça de lixo não pode entender o significado profundo e enorme do desenvolvimento das relações amigáveis entre a Coreia do Norte e a Rússia”, publicou a KCNA. “Ninguém no mundo daria ouvidos ao ataque histérico do fantoche traidor Yoon Suk-yeol, que só carrega a vergonhosa fama de ser politicamente imaturo, um idiota diplomático e um líder incompetente”.
 

A agência estatal não fez referências a qualquer pacto relativo ao comércio de armamentos e tecnologia militar com a Rússia, dizendo apenas que é natural e legítimo que países vizinhos mantenham-se próximos um do outro.
 

O porta-voz do Ministério da Unificação sul-coreano afirmou que os insultos da KCNA demonstram o “sistema inferior da Coreia do Norte, que carece de etiqueta básica e bom senso”.
 

Durante sua visita a Vladivostok, Kim afirmou que Putin tem seu “total apoio na luta sagrada contra as forças hegemônicas” e brindou por uma vitória russa na Guerra da Ucrânia. O norte-coreano visitou e conheceu as instalações do cosmódromo de Vostótchni, base espacial inaugurada em 2016.
 

Embora nenhuma troca de tecnologias tenha sido oficializada, a visita carregou recados óbvios. No final de agosto, Pyongyang falhou em sua segunda tentativa de lançamento de um satélite espião —Japão, Coreia do Sul e Estados Unidos repudiaram a ação.
 

Uma das preocupações dos três aliados com relação ao encontro é a de que Moscou contribua com tecnologia aeroespacial e balística para o programa espacial e de armas, inclusive nucleares, norte-coreano. Em troca, Kim forneceria a Putin armamentos e munições convencionais para aumentar o esforço na fronteira do conflito com a Ucrânia.
 

Antes do início da reunião entre os dois, Putin foi questionado sobre o fornecimento de tecnologia de foguetes e satélites à Coreia do Norte. “Foi para isso que viemos aqui”, afirmou, referindo-se ao cosmódromo.