O Conselho Municipal do Carnaval e Outras Festas Populares (Comcar) recomendou, em documento assinado na última sexta-feira (21), a proibição do uso de pistolas com jatos de água nos circuitos oficiais da folia de Salvador. A medida valeria desde já, atingindo a festa momesca de 2024 em diante.

A recomendação do Comcar se baseia na repercussão de fatos envolvendo o uso dessas pistolas de água durante o carnaval de 2023, que estariam causando desconforto em diversos foliões soteropolitanos.

Na terça-feira de carnaval, dia 21 de fevereiro, um caso registrado pelo Bahia Notícias gerou revolta na população. Em um vídeo, associados do bloco “As Muquiranas” se juntam para intimidar, utilizando pistolas de água, uma foliona que se divertia no Campo Grande.

Com a viralização do vídeo, iniciou-se uma avalanche de críticas ao bloco de homens travestidos e uma grande campanha para que as pistolas de água fossem proibidas durante o carnaval de Salvador.

Logo após o término da folia momesca, a deputada estadual Olívia Santana (PCdoB) apresentou um projeto de lei visando a proibição das pistolas de água. Segundo ela, as arminhas se tornam mais um instrumento do “machismo recreativo” durante o carnaval.

“Alguns blocos persistem e mantêm práticas ofensivas às mulheres, que aproveitam a festa para promover o machismo recreativo. Curtir o Carnaval e outras festas de rua, para muitas mulheres, ainda significa estarem sujeitas ao assédio, a importunação sexual, a violência e a violação dos seus direitos de ir e vir em paz e em segurança”, disse a deputada.

Na avaliação do Comcar, apesar das arminhas não serem letais, elas podem causar “sérios danos à vida das pessoas que ali se divertem”.