O ministro da Economia, Paulo Guedes, reuniu-se virtualmente na noite da última quinta-feira, (11), com o ex-secretário do Tesouro Mansueto de Almeida. O encontro, promovido pelo BTG Pactual, banco no qual Mansueto é sócio e economista-chefe, por muitos momentos pareceu um desabafo aberto ao público.

 

Depois de trocarem elogios, Guedes falou sobre os desafios de conduzir a política monetária brasileira. Deixou claro seu comprometimento com o equilíbrio fiscal do país e disse que parte dos programas propostos por ele não andaram por falta de apoio político no Congresso. Nesse sentido, mostrou-se satisfeito com as recentes eleições de Rodrigo Pacheco (DEM-MG), na presidência do Senado, e Arthur Lira (PP-AL), na presidência da Câmara, além de rasgar seda para o projeto que prevê a autonomia do Banco Central. Com cara de monólogo, a conversa durou uma hora e 30 minutos, mas boa parte desse tempo foi dedicado a explicar como será a nova rodada do auxílio emergencial, que deve voltar a ser pago em março, segundo o desejo do presidente Jair Bolsonaro.

 

O ministro enfatizou, por diversas vezes, que a solução para o auxílio já existe: envolve a aprovação de uma nova Proposta de Emenda à Constituição (PEC) de Guerra dentro da PEC do Pacto Federativo. Foi um modo sutil de responder Arthur Lira, que pressionava-o em relação a uma solução para colocar o benefício em pauta. Na manhã desta quinta, o presidente da Câmara cobrou uma posição do governo. “Urge que o ministro Guedes nos dê, com sensibilidade do governo, uma alternativa viável dentro dos parâmetros da economia”, disse.“A situação está ficando crítica na população e a gente tem de encontrar uma alternativa”. Em resposta, Guedes foi enfático. “Não adianta ele falar: ‘manda aí o auxílio emergencial’. Eu preciso de ter uma PEC de Guerra.” É bom lembrar que o ex-presidente da Câmara, Rodrigo Maia, descartou a prorrogação do orçamento de guerra em dezembro.

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