O dólar fechou em nova e firme valorização nesta terça-feira, retomando o patamar de R$ 5,23, em dia de fortalecimento global da divisa norte-americana após dados turbinarem expectativas de que os Estados Unidos estão deixando o pior da crise econômica do coronavírus, o que endossou o status do dólar como porto seguro.

Inicialmente, os números positivos do varejo nos EUA elevaram o apetite por risco nos mercados de câmbio, mas a combinação deles com declarações ainda cautelosas do chair do FED (Banco Central dos Estados Unidos unidos), Jerome Powell, acabou aumentando a demanda pela segurança da moeda dos EUA.

Powell disse que o FED não vê como atrativa a ferramenta de juros negativos, que não há decisão sobre controle da curva de Treasuries e que o banco central vai desacelerar as recém-anunciadas compras de títulos corporativos individuais caso o funcionamento do mercado melhore.

Todos esses motivos haviam sido citados recentemente como fatores de queda do dólar nos mercados internacionais.

O dólar também se apreciou na esteira de notícias de que Pequim e províncias da China impuseram restrições de viagem devido a aumento de casos de coronavírus, o que provocou temor de uma segunda onda de infecções.

No Brasil, a valorização da divisa foi respaldada ainda pelo clima de incerteza do lado político, que na visão do mercado atrapalha a retomada dos debates sobre reformas econômicas. O tombo pior que o esperado nas vendas do varejo brasileiro em abril tampouco ajudou.

O dólar à vista subiu 1,76% e fechou a R$ 5,2324 na venda.

Na B3, o dólar futuro de primeiro vencimento tinha alta de 1,65%, a R$ 5,2456, às 17h28.

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