De acordo com um levantamento feito pelo Ministério da Saúde, a Bahia pode ter um surto de dengue a partir de março deste ano. Todos os estados do Nordeste, assim como Espírito Santo e Rio de Janeiro, poderão ter uma intensa proliferação da doença.

A dengue é uma doença sazonal e o quadro é dinâmico e pode mudar em pouco tempo. “Os nove estados do Nordeste e as regiões do Sudeste com grande contingente populacional pouco afetadas em 2019 estão no nosso alerta”, explicou o porta-voz do Ministério da Saúde, Roberto Said.

A Bahia registrou, em 2019, um crescimento de 658,3% no número de casos de dengue registrados no estado de 30 de de dezembro de 2018 a 8 de novembro deste ano. O dado faz parte do último boletim divulgado pela Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab). Enquanto em 2018 foram registrados 8.647 casos prováveis da doença, em 2019 já foram notificados 65.574.

Ainda segundo os dados da Sesab, 80 notificações de óbito estão relacionadas à doença. A dengue é transmitida por quatro sorotipos do vírus: o sorotipo 1, 2, 3 e 4, todos em circulação no Brasil.

Said aponta que a intensidade da circulação desses sorotipos se alterna pelo país de tempos em tempos. Os surtos de dengue costumam ocorrer quando há mudança na circulação do tipo de vírus. Segundo ele, além da dinâmica de circulação dos sorotipos do vírus da dengue, ele alerta que o surto da doença também está relacionado a fatores ambientais. “Estamos em um momento propício para a proliferação do mosquito transmissor da dengue [Aedes aegypti]: altas temperaturas e chuvas intensas”, disse.

O porta-voz também falou dos dados de registro de zika que, segundo ele, ainda estão baixos no Brasil. “Mas temos a confirmação laboratorial de que o vírus do zika está em circulação por todos os estados do país, menos o Acre. Por isso, ainda há alerta de infecção para as gestantes”, informou.

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